Mortos-vivos invadem o centro de BH no Zombie Walk

Lady Campos - Do Hoje em Dia
02/11/2012 às 19:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:49

(LUIZ COSTA)

Se para a maioria dos belo-horizontinos o Dia de Finados foi regado com muita oração e ida ao cemitério, para um grupo de apaixonadas pelo gênero zumbi, a data foi celebrada na Praça Sete. Cerca de 500 pessoas não abriram mão de traje esfarrapado, maquiagem que simula ferimentos, queimaduras e muito sangue durante a Zombie Walk, evento que se estendeu para caminhada até a Praça da Liberdade.

O objetivo do evento, organizado em redes sociais na internet, é um só: diversão. “Sou fascinada em zumbis, não poderia deixar de vir”, disse Rayane Ferreira, de 16 anos, uma das participantes de jardineira toda rasgada, blusa esfarrapada, rosto e braços lambuzados de substância vermelha, lembrando sangue. “É glucose de milho misturado com anilina e pó de chocolate. É docinho. Deixa eu te lambuzar”, brincou.

A amiga Milena Cristina exibiu maquiagem que simulava um tiro na testa. “Eu mesma que fiz e também ajudei meu amigo a ficar desse jeito assustador”, contou Rayane, apontando para Marcos Yan, que usou um jaleco todo esfarrapado. “Esse era o uniforme do meu tio, que trabalha como padeiro. Usamos isqueiro, tesoura, terra e extrato de tomate. Ficou bárbaro assim”, disse Yan.

Quem traduz melhor o encontro da turma é Rayane. “Esse é o momento para liberar o lado ogro que existe dentro de nós”.

Entre estojos de maquiagem, muita roupa rasgada e suja, um casal se destacou na legião de mortos-vivos  da Praça Sete. Flashes pipocaram em cima do auxiliar de laboratório de fotografia Henrique Lanna, de 21 anos, e sua namorada da mesma idade, Ariane Tavares, editora e diagramadora de fotos. A dupla parecia ter saído de um set de filme de terror.

 

                      

Henrique Lanna e a namorada Ariane Tavares pareciam ter saído de um filme de terror (Foto Luiz Costa)


Com lentes de contato importadas que deixaram seus olhos foscos, cabelos naturalmente vermelhos, mas desgrenhados, pele dos braços e colo enrugada como queimadura e dentes assustadores, Ariane era uma autêntica zumbi. “Fiz os dentes com biscuit, comprei essas lentes que tiram 30% da visão e usei gelatina incolor e glicerina para deixar a pele descamada assim”, contou a jovem, que usou muita sombra preta para deixar o olhar de seu namorado assustador. “A arte da maquiagem, de transformar uma pessoa num personagem, sem a ação do Photoshop, me fascina”, confessou.

A maquiadora Mayara Foscolo veio especialmente para o Zombie Walk para trabalhar. “Já participei de outras edições, mas hoje estou aqui para transformar as pessoas”, disse enquanto transformava o rosto do funcionário público Alisson Machado em um ser do além. “O desafio é manter o personagem até o final”, acrescentou.

Houve também quem compareceu ao evento para contar história. Depois de questionado sobre o que aconteceu com o seu braço esquerdo, o organizador do evento, Pedro Luiz, de 23 anos, explicou: “saí com os amigos e morri depois que o carro bateu e explodiu. Virei um zumbi por isso estou assim”, respondeu em tom de brincadeira.

Para outros participantes como a dupla Thales Lima, de 19 anos, e Paulo Marcos, de 29, a intenção era divertir a galera com minishow do Michael Jackson. “Vamos dançar "Thriller". Enquanto eu faço o Michael normal, ele será o zumbi”, apontou Paulo, que costuma se apresentar como cover do artista.

Realizado anualmente há cinco anos no primeiro sábado de agosto, a edição do Zombie Walk deste ano foi transferida para o Dia de Finados e a partir de 2013 poderá ter estrutura melhor. “A gente quer inserir o evento no calendário da cidade e contar, além do apoio da polícia, com estrutura de banheiro e água para os participantes”, sugeriu o funcionário público e um dos organizadores do evento, Érico Colen.

                          

               O objetivo do evento, organizado em redes sociais na internet, é um só: diversão (Foto Luiz Costa)

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