Justiça aceita denúncia

Motorista e dono de carreta viram réus por acidente com 39 mortes na BR-116, em Teófilo Otoni

Caminhoneiro irá responder por homicídio e proprietário da empresa de transporte vai responder por falsidade ideológica

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 21/03/2025 às 11:20.Atualizado em 21/03/2025 às 11:32.
Acidente na BR-116 ocorreu no sábado, 21 de dezembro (Bombeiros/Divulgação)
Acidente na BR-116 ocorreu no sábado, 21 de dezembro (Bombeiros/Divulgação)

O motorista e o proprietário da carreta bitrem envolvida no grave acidente na rodovia BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, ocorrido em 21 de dezembro de 2024, se tornaram réus após serem indiciados pela morte de 39 pessoas no desastre.

De acordo com a Justiça Mineira, que aceitou a denúncia, o caminhoneiro será julgado por homicídio, enquanto o dono do veículo responderá por por falsidade ideológica, entre outras acusações. Os acusados serão julgados por júri popular.

A decisão foi proferida pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal, em 12 de março. O magistrado também manteve a prisão preventiva do motorista, um dos réus, que está detido desde 21 de janeiro. A defesa do acusado havia solicitado a revogação da prisão, mas o pedido foi negado em revisão realizada na última terça-feira (18). Segundo o juiz, "os fundamentos fáticos e jurídicos que fundamentaram a decisão anterior permanecem inalterados", justificando a manutenção da prisão. O caso segue em andamento e aguarda a definição da data do júri popular.

Investigação

De acordo com a investigação da Polícia Civil, o veículo transportava 103 toneladas, ou seja, 73% de sobrepeso. Com isso, o proprietário ainda foi indiciado por falsidade ideológica ao inserir uma nota fiscal com informações falsas sobre a carga.

Os dois réus também vão responder pela tentativa de homicídio contra outras 11 pessoas que sobreviveram. Entre os sobreviventes estão passageiros do ônibus e de um carro, também atingido no acidente.

O caminhoneiro também foi denunciado por não ter prestado socorro às vítimas e por ter fugido do local para evitar as responsabilidades penais e civis do acidente. Já o proprietário da empresa de transporte também será julgado por inserir ou ordenar a inserção de informações falsas no manifesto da carga, para enganar fiscalizações.

A denúncia foi aceita pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, no último dia 12 de março, que determinou que os réus irão a júri popular. 

Relembre a tragédia na BR-116

O acidente ocorreu na madrugada de 21 de dezembro, quando a carreta, carregada com um bloco de granito, colidiu com um ônibus.

A força do impacto causou a morte de 39 pessoas e deixou várias feridas. A maioria das vítimas ficou presa às ferragens e morreu  carbonizada. Os corpos foram identificados por meio de exames de DNA, papiloscopia e odontologia legal.

O motorista fugiu do local e foi preso dois dias após o acidente, quando se entregou à polícia, no Espírito Santo.

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