MANIFESTAÇÃO

Movimentos cobram investigação de incêndio que atingiu Serra do Curral

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
28/09/2022 às 12:56.
Atualizado em 28/09/2022 às 13:51
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o grupo “Tira o Pé da Minha Serra” protocolaram no Ministério Público de Minas Gerais, na manhã desta quarta-feira (28), um pedido para que sejam investigadas as causas do incêndio que atingiu a Serra do Curral, no limite entre Belo Horizonte e Nova Lima, na região metropolitana, no início deste mês. 

No texto, os coletivos afirmam que as queimadas favorecem à mineradora que possui autorização para instalação de complexo minerário no local. O documento também contesta a licença concedida no fim de abril. 

Durante manifestação realizada em frente à sede do MPMG nesta manhã, o membro da coordenação nacional do MAB, Joceli Andrioli, pediu que as apurações sejam agilizadas já que, segundo ele, não foram tomadas providências adequadas para o combate às chamas. 

"Primeiro, é importante dizer que não foram tomadas providências adequadas a apagar o fogo, o incêndio criminoso que teve na Serra do Curral. Isso precisa ser urgentemente averiguado e responsabilizar os responsáveis. Sabemos que o governo tem como obrigação, devia ter agido corretamente em tempo de evitar o massacre que foi esse incêndio criminoso na Serra do Cural", afirma.

O incêndio na Serra do Curral durou três dias, e contou com intensos trabalhos dos Bombeiros e de brigadistas. As equipes tiveram apoio de dois aviões Air Tractor, com tanques para lançar aproximadamente 2 mil litros de água nas áreas de incêndio, e um helicóptero para chegar a pontos de difícil acesso.

A Polícia Civil abriu investigações para identificar a autoria e materialidade de possível prática delituosa do incêndio. Ainda não foi possível estimar a área queimada.

Denúncia aponta atuação de servidor em favor de mineradora

No documento, os grupos pedem ainda investigações do MP sobre a denúncia de que o ex-superintendente da Superintendências Regionais de Meio Ambiente (Supram) na RMBH teria atuado para beneficiar outra mineradora, que também mantém uma operação na Serra do Curral. 

"Estamos aqui pedindo urgência nessa questão. Isso mostra uma conivência com as mineradoras para a destruição do patrimônio cultural e ambiental do povo da Grande BH", diz Andrioli.

Na segunda-feira (26), o governo de Minas anunciou a anulação de um aditivo no TAC que autorizava a mineradora a suprimir uma área de vegetação na Serra do Curral para obras de drenagem emergencial. O caso é investigado internamente e pode levar à suspensão da autorização da mineradora.

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