O Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a Copasa realizem obras para oferecer água e esgoto no campamento do grupo cigano Calon. Eles moram, há mais de trinta anos, em uma área no bairro São Gabriel, região Nordeste da capital. Durante visitas feitas no acampamento, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) do MPF constatou que a comunidade vive sem nenhuma estrutura de saneamento básico. Com isso, sempre que necessitam realizar suas necessidades básicas, os membros do grupo têm que atravessar as ruas que dão acesso ao acampamento, até chegaram a matas existentes em terrenos próximos. “Essa situação é o retrato fiel da invisibilidade na qual vivem comunidades ciganas em nossa sociedade”, afirma o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Edmundo Antônio Dias. “É inimaginável viver nessas condições em um bairro situado dentro da malha urbana de uma metrópole, sem que o Poder Público se dê conta da vulnerabilidade a que essas pessoas estão diariamente expostas. O quadro é agravado ainda mais no caso de membros do grupo que se encontram debilitados ou possuem mobilidade reduzida”. Para o MPF, "tal cenário representa grave violação do princípio da dignidade humana”.