Novamente, Belo Horizonte está encoberta por fumaça nesta quarta-feira (4). A névoa densa e cinza persiste há três dias e é provocada pelas queimadas e pela baixa umidade. Como consequência, a qualidade do ar despencou na capital. Estações de monitoramento da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), localizadas no bairro São Gabriel, na região Nordeste, e no Barreiro, apresentam índices considerados "muito ruins", que oferecem riscos à saúde.
O monitoramento é feito por meio do cálculo dos Índices de Qualidade do Ar (IQAr) – uma ferramenta matemática utilizada para converter as concentrações dos poluentes em escalas que variam de 0 a mais de 200. Para ser considerada "boa" é preciso estar entre 0 e 40. Já as demais são classificadas como "moderada" (41-80), "ruim" (81-120), "muito ruim" (121-200) e "péssima" (+200).
De acordo com a Feam, com índices assim, toda a população pode apresentar o agravamento de tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta, respiração ofegante e até falta de ar. Os efeitos são ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis: crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas.
O pneumologista da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Marcelo de Fuccio, reforça que a fumaça pode trazer graves consequências ao organismo. O médico afirmou que o número de pacientes com problemas pulmonares prévios aumentou nas unidades da rede devido à má qualidade do ar.
Segundo o profissional, é como se “todo mundo estivesse fumando junto” de tão grave a situação. “O ar está com muita fumaça, monóxido de carbono e isso faz mal para todo mundo. Estamos inalando essa substância tóxica e isso faz mal, mesmo que seja em pouca quantidade”.
Marcelo de Fuccio afirmou que as pessoas não devem se expor às fumaças e evitar a prática de atividades ao livre, além de sempre se hidratar e tentar umidificar a residência, com equipamentos próprios ou com toalhas molhadas.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que atua na prevenção e no controle da poluição do ar, principalmente por meio da análise e regulação de licenciamento ambiental. O trabalho é feito por meio de um conjunto de normas e procedimentos que visam a conservação dos recursos naturais, o bem-estar e a saúde da população e o desenvolvimento sustentável.
A pasta disse ainda que, “devido à amplitude e complexidade dessa questão, as atuações para o controle e redução das emissões atmosféricas e consequente melhoria da qualidade do ar nos municípios estão para além das atuações da própria Semad”.
*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca
Leia mais: