Mulher nega ter xingado menina de "preta horrorosa" e deve ser indiciada por injúria

Renata Evangelista - Do Portal HD
23/07/2012 às 18:29.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:47

A mulher acusada de xingar uma menina de 4 anos de "negra e preta horrorosa e feia" foi ouvida nesta segunda-feira (23) pela Polícia Civil e negou ter ofendido a garota. O delegado Juarez Gomes, da 4ª Delegacia de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse que a mulher deve ser indiciada por injúria por preconceito de cor. Segundo o delegado, que já ouviu quatro testemunhas, não há indícios para indiciar a mulher por racismo.  "Há vários tipos especiais de racismo, mas o caso não se enquadra em nenhum deles", disse. O delegado explicou que seria considerado racismo se a escola se recusasse a aceitar a matrícula da menina, por exemplo, por ela ser negra. "Neste caso, uma mulher de fora entrou da escola e ofendeu o criança".   Em seu depoimento, a mulher se referiu a menina como moreninha. Nesta segunda, Juarez Gomes ouviu a mãe da criança, a professora que presenciou a agressão, a diretora da escola onde ocorreu o crime e a acusada. "O depoimento da professora foi bem esclarecedor e ela inclusive deu o nome de uma outra professora que também teria presenciado as ofensas", contou o delegado. A nova testemunha deve prestar depoimento nos próximos dias.   O delegado informou ainda que irá solicitar o Conselho Tutelar a intervenção para arrumar um psicológo para ouvir a menina. "Preciso de um relatório da criança", disse Juarez Soares.   O crime teria ocorrido no último dia 10 de julho, depois que a avó de um aluno da escola particular invadiu o local. Ela não teria gostado de ver o neto dançando quadrilha com a menina, três dias antes. A mulher teria inclusive dito que ninguém queria dançar com a menina por ela ser negra.   A professora Cristina Pereira Aragão, de 34 anos, que presenciou as ofensas, levou o caso a diretora da escola, que preferiu abafar o caso e não comunicar o ocorrido aos familiares da criança. Revoltada com a situação, a professora pediu demissão da instituição de ensino e procurou a mãe da menina para contar o que aconteceu.   O delegado Juarez Gomes informou que a diretora não deve ser indiciada em nenhum crime por ter omitido o caso da família e da polícia. A família da menina estuda uma forma para pedir indenização na Justiça.

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