(Samuel Costa/Hoje em Dia)
Do lado de fora, sob a tenda improvisada, a réplica de uma preguiça gigante começa a ganhar forma com a montagem do esqueleto. No ateliê principal, pincéis e tinta dão cor a répteis voadores, e a produção de moldes de resina e poliuretano não para. Dentro do edifício, cabos, escadas e andaimes se misturam a cenários, tablados e vitrines remanescentes.
Oito meses após o incêndio que danificou o acervo do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, a força-tarefa criada para restaurar a maior coleção científica do Estado faz ressurgir das cinzas o patrimônio degradado por chamas, fumaça e fuligem. Os trabalhos estão na reta final, com implantação das instalações elétricas, limpeza, pintura e montagem das peças atingidas.
A reabertura do prédio no Coração Eucarístico, região Noroeste de Belo Horizonte, será um duplo presente de aniversário. O espaço volta a receber visitantes em 13 de dezembro, um dia após a comemoração dos 55 anos da PUC e dos 116 anos da capital. Até lá, estima-se que R$ 3 milhões terão sido gastos com a reforma do museu.
Oficina
Na reinauguração, os trabalhos não estarão concluídos. Mas o que poderia ser motivo de preocupação se tornará um atrativo. Na varanda do segundo andar, onde ficava a exposição sobre a trajetória do paleontólogo dinamarquês Peter Lund (1801-1880), será montada uma oficina. Lá, esqueletos de tatus, baleias, elefantes e girafas serão limpos, ação que poderá ser acompanhada pelos visitantes.
“Desmontar e remontar as peças é um trabalho minucioso, mas a limpeza é o mais complicado. As réplicas atingidas pela fuligem, principalmente os dinossauros, têm que passar por um processo que envolve água quente e produtos químicos”, explica o biólogo Marco Aurélio Veloso, um dos responsáveis pela restauração do acervo.
Leia mais na Edição Digital