Um dique repleto de dejetos e lixo que fica logo abaixo da nascente Olhos d’Água, uma das alimentadoras da Lagoa da Pampulha. De lá, sai uma trilha calçada de pedra bruta para dentro de uma vasta área verde que, há mais de 20 anos, deveria ser um parque ecológico, mas que nunca saiu do papel. Também nas proximidades há uma quadra de futebol, e as ruas de terra Francisco Negrão de Lima e Almenara, com muita poeira, se transformam em pura lama na época das chuvas. Essas são algumas das reclamações de moradores do bairro Trevo, na região da Pampulha, que cobram uma finalidade para uma área de cerca de 23 mil metros quadrados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e adjacências. Segundo denúncias, a área está praticamente abandonada há mais de 20 anos. Localizada nas proximidades do assentamento Dandara, o terreno já foi alvo de tentativa frustrada de invasão. Para o líder comunitário Clélio Alves, de 43 anos, a população sempre acreditou que a área verde seria transformaria em um parque. “Fizeram essa trilha de pedra que não serve para nada. Vai de nada para lugar nenhum. O dique virou depósito de lixo e criadouro de mosquito da dengue. E o dinheiro que gastaram nisso?”, questiona. O secretário regional da Pampulha, Humberto Pereira de Araújo Júnior, nega que a região esteja esquecida. Ele garante que a área será revitalizada para receber o Parque Municipal do Trevo. Da mesma forma, disse que a quadra e as ruas serão recuperadas e que o projeto já está com a Sudecap. Ainda segundo o secretário, o local da nascente será cercado e o dique também será limpo. O vereador Tarcísio Caixeta (PT) reconheceu que a área estava degradada e sob ameaça de invasão. Ele apresentou o projeto de lei para a implantação do Parque do Trevo. Segundo Caixeta, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) sancionou a lei no último dia 28 de março. “Agora, dependemos do projeto para a implantação do parque”, disse.