Negligência na distribuição dos caminhões-pipa no Norte de Minas

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
28/09/2012 às 08:46.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:38

(Frederico Haikal)

PORTEIRINHA – Não bastasse a escassez de água imposta pela sazonalidade da seca no Norte de Minas, a população do semiárido mineiro sofre com a falta de logística na distribuição dos caminhões-pipa. Há comunidades carentes atendidas duas vezes, enquanto outras continuam com sede.

Em Porteirinha, município considerado a caixa d’água da região – por conta da abundância de nascentes e da existência de uma represa caudalosa –, motoristas de caminhões-pipa de várias cidades abastecem os tanques em uma estação de tratamento.

Na portaria, a reportagem do Hoje em Dia flagrou, na última quinta-feira (27), um congestionamento. “Sou responsável pelo atendimento de nove regiões, todas na zona rural. As distâncias são consideráveis e as estradas de terra atrasam o serviço. Dessa maneira, não consigo chegar a todos os domicílios incluídos na rota. A correria é tão grande que, às vezes, repito um local já abastecido”, diz um motorista que pediu para não ser identificado.

Segundo ele, o sistema, coordenado pela Copasa, é desorganizado e insuficiente para atender a demanda da região. A barragem abastece caminhões-pipa de pelo menos cinco municípios (Espinosa, Mamonas, Dourados, Monte Azul e Mato Verde).


Comprovação

Nesta semana, técnicos da Secretaria Nacional de Defesa Civil estão em Minas para monitorar as rotas dos caminhões-pipa na região Norte. E não demorou para constatarem as irregularidades.
 

Ana Santana e os cinco filhos sentem na pele as consequências da seca (Foto: Frederico Haikal)

 

“Observamos que alguns municípios recebem veículos liberados pelo Exército e pela Defesa Civil, com casos de uma comunidade recebendo a água duas vezes, enquanto outras ficam sem assistência”, disse o analista José Araújo, sub-chefe do Grupo de Apoio a Desastres da secretaria.

Na quarta-feira, a equipe dele esteve em Francisco Sá, onde existem seis rotas de distribuição de água. Na última quinta-feira (27), a fiscalização foi realizada em Coração de Jesus e Claro dos Poções.


Monitoramento

De acordo com o analista, a secretaria irá instalar GPS nos caminhões-pipa. O objetivo é permitir a fiscalização das rotas e assegurar o atendimento sem discriminação.

Ao menos 252 caminhões-pipa da Defesa Civil Estadual e do Exército fazem o transporte da água moradores das áreas afetadas pela seca em Minas Gerais. A Copasa é responsável pelo monitoramento, fiscalização e contratação dos caminhoneiros no local. (Com Girleno Alencar)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por