5 anos da tragédia

"Nem com o maior dinheiro do mundo existe reparação”, diz familiar de vítima de Brumadinho

Presidente da Avabrum avalia importância de investimentos na cidade para que população deixe "minério-dependência"

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 12/08/2024 às 13:35.

“Para nós familiares, não existe reparação. Nem com o maior dinheiro do mundo existe reparação”, afirmou Nayara Porto (segunda da esq. para a dir.), presidente da Avabrum (Fernando Michel / Hoje em Dia)

“Para nós familiares, não existe reparação. Nem com o maior dinheiro do mundo existe reparação”. Assim a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem em Brumadinho (Avabrum), Nayara Porto, avaliou o anúnciou feito, nesta segunda-feira (12) pelo Governo de Minas, de R$ 585 milhões para obras provenientes do Acordo Judicial de Reparação pelo rompimento das barragens da Vale em 2019.

Para a representante das famílias que tiveram parentes mortos naquele janeiro de 2019, as obras serão importantes para diminuir a dependência do município com a mineração e para ampliar as fontes econômicas de Brumadinho, mesmo que isso não traga de volta as 272 “jóias” que morreram na tragédia em 2019.

“Precisamos sair da minério-dependência. Para nós isso é importante, mesmo que os nossos não estejam mais aqui conosco”, destacou.Do total a ser investido, R$ 350 milhões serão destinados para obra de recuperação e duplicação do acesso rodoviário que liga município à BR- 381, trecho Fernão Dias. Outros R$ 190 milhões serão para a construção do Distrito Industrial de Brumadinho. Os R$ 45 milhões restantes serão direcionados a obras de pavimentação da cidade. 

Indignação da Avabrum

Em março deste ano, a Justiça concedeu habeas corpus ao ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, no processo relativo ao rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019. A presidente da Avabrum, Nayara Porto comentou sobre a situação. 

“Mais uma injustiça que nós sofremos. Como que o presidente da empresa, que sabia o que estava acontecendo, é solto. A gente está vendo que a justiça do Brasil luta mais pelos réus do que pelas vítimas “, concluiu.

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