Doença crônica

No Brasil, 5% das crianças têm pressão alta; médicos reforçam alerta aos pais

Ingestão elevada de sal, excesso de peso ou a obesidade são os principais fatores de risco para o público infantil

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 27/05/2024 às 07:36.Atualizado em 27/05/2024 às 16:27.

Cerca de 5% das crianças têm pressão alta no Brasil. Ingestão elevada de sal, excesso de peso ou a obesidade são os principais fatores de risco para o público infantil. O alerta aos pais contra a doença crônica foi reforçado pelo Departamento de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Definida pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, a hipertensão arterial obriga o coração a exercer esforço maior do que o normal. Tal condição, por não ser prevalente em crianças, não é rotineiramente investigada. 

“Isso pode trazer retardos diagnósticos em menores que tenham problemas que podem ser corrigidos ou, até mesmo, começar tratamentos para permitir que essa hipertensão seja controlada antes de se tornar mais grave no futuro”, alerta o presidente do SBP, Jorge Afiune.

O médico explicou que em crianças com menos de 3 anos, a medida da pressão arterial não faz parte do exame de todas, mas somente daquelas em que o pediatra tem suspeita de doença cardíaca, renal e quando se trata de prematuro. 

Depois dos 3 anos, a orientação da SBP é que a criança mantenha acompanhamento pediátrico anual, pelo menos, e durante a consulta a aferição seja feita. “A partir dessa aferição, podemos acender alguns alertas”. 

Afiune lembrou que quando uma criança está com sobrepeso e apresenta pressão alta, acende um alerta de gravidade maior para a situação. A intervenção mais rápida, geralmente, é no estilo de vida e na alimentação, antes de medicações.

Diretora médica do Pro Criança Cardíaca – projeto que cuida de portadores de doenças cardiovasculares em situação de vulnerabilidade –, Isabela Rangel também alerta pais e profissionais de saúde sobre a importância da detecção precoce e da prevenção da hipertensão arterial em crianças e adolescentes. 

“Muitos pacientes, às vezes, são atendidos e não é aferida a pressão arterial durante a consulta. Se você não faz essa medição, muitas vezes a criança já tem essa condição que passa desapercebida pelo profissional de saúde porque, com frequência, o paciente é assintomático”.

Conforme Isabela Rangel, o diagnóstico correto de hipertensão arterial permite uma investigação para saber se a doença é primária ou secundária. Ela pode ser classificada como primária, que é multifatorial, onde há uma história familiar em geral positiva, associada a fatores ambientais, como obesidade, por exemplo, ou secundária, quando é causada por doenças identificáveis, como estenose da artéria renal ou coartação da aorta. A partir do resultado dessa investigação, poderá ser determinado o tipo de tratamento.

De acordo com Isabela, o diagnóstico precoce é fundamental e pode ser feito por meio da análise da pressão arterial em consultas pediátricas de rotina. A hipertensão arterial secundária pode atingir, inclusive, recém-nascidos e, dependendo da gravidade do problema, é preciso atuar nos primeiros dias de vida.

* Com informações da Agência Brasil

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