Novas UPAs não aliviam falta de médicos em Belo Horizonte

Danilo Emerich - Hoje em Dia
25/07/2013 às 07:14.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:22

O nome sugere rapidez: Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). No entanto, buscar socorro em Belo Horizonte impõe uma longa espera à população, problema que não será resolvido nem com as obras anunciadas quarta-feira (24) pelo prefeito Marcio Lacerda.   Quatro das oito UPAs da capital serão reformuladas e mais três, construídas. A intervenção beira R$ 15 milhões em apenas três sedes, mas quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) afirma que o principal gargalo, hoje, está na falta de médicos.    O desfalque acontece nas UPAs e também nos centros de saúde. Sem encontrar profissionais nos postos, pacientes com demandas que poderiam ser resolvidas na rede de atenção primária recorrem às unidades de pronto-atendimento, sobrecarregando o serviço.   Chá de cadeira   O Hoje em Dia percorreu, na quarta-feira, as UPAs Norte, Barreiro e Venda Nova. Em todas, a reclamação era quanto à demora no atendimento.    Segundo pacientes e funcionários, o motivo era a falta de médicos. A consequência: pelo menos quatro horas de espera para pacientes com quadros menos graves.  Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), a escala de trabalho tinha sete médicos em cada unidade visitada.   Mas na pediatria da UPA Venda Nova, por exemplo, apenas um especialista atendeu de manhã e outro, à tarde. A manicure Priscila Adriana Francisco aguardou horas para entrar no consultório com a filha de 3 anos, com suspeita de caxumba.   Na UPA Norte, no bairro 1º de Maio, o funcionário da recepção avisava que não havia médicos nos centros de saúde e que casos sem gravidade estavam sendo atendidos, “justificando” a demora.   Na UPA Barreiro, uma placa informava que não havia cirurgião-geral. Um servidor admitiu a escassez de profissionais. Às 14h30, pacientes que fizeram ficha às 9h começaram a ser chamados.   O diretor de informação do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), Samuel dos Reis Garcia, diz que as más condições de trabalho e o salário pouco atrativo afugentam os profissionais, que abandonam os cargos ou nem se interessam pelas vagas.   “Das cerca de 550 equipes nos centros de saúde, 120 estão sem médicos. Também faltam profissionais nas UPAs, principalmente na pediatria. Se não há boa qualidade no atendimento primário, as pessoas vão para as UPAs. É uma bola de neve”. (Com Izabela Ventura)    Leia Mais na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por