novo currículo

Novo Ensino Médio traz inovação para escolas e oportunidades para quem quer empreender

Izamara Arcanjo
Especial para o Hoje em Dia
01/03/2022 às 22:04.
Atualizado em 01/03/2022 às 22:18
Aluno que participou de piloto do Novo Ensino Médio aprova mudanças no currículo (Rede de Colégios M2 / Divulgação)

Aluno que participou de piloto do Novo Ensino Médio aprova mudanças no currículo (Rede de Colégios M2 / Divulgação)

Alunos do ensino médio voltaram para as salas de aula neste ano com uma novidade no currículo. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), as mudanças aprovadas pelo Congresso Nacional em 2017 começam a ser implantadas de forma progressiva, em escolas públicas e privadas.

Neste ano, apenas estudantes do 1º ano serão afetados; em 2023, será a vez do 2º ano e alunos do 3º ano serão incluídos no projeto do Novo Ensino Médio apenas em 2024. 

O que muda?

Mas como alunos e professores são impactados por esta nova realidade? De acordo com a Diretora Pedagógica da Rede de Colégios M2, Camile Bretas, são duas as principais alterações previstas: em vez de quatro horas diárias de aulas, serão, no mínimo, cinco horas, num total de mil horas anuais. A meta é cumprir três mil horas totais nos três anos de ensino, com 200 dias letivos a cada ano. A segunda mudança é a inclusão no currículo do chamado itinerário formativo, em que o estudante vai escolher em qual área aprofundar os conhecimentos ao longo do ensino médio. 

Oportunidade para empreender

As instituições de ensino passam a ser obrigadas a oferecer no currículo conteúdos que possam oferecer aos estudantes a oportunidade de trabalhar habilidades e competências, como análise de dados, capacidade de se comunicar, empreendedorismo, resolução de problemas, explica o professor Gabriel Gonçalves que viu no Novo Ensino Médio uma oportunidade para empreender.

Professor viu no Novo Ensino Médio oportunidade para empreender (Gabriel Gonçalves / Divulgação)

Professor viu no Novo Ensino Médio oportunidade para empreender (Gabriel Gonçalves / Divulgação)

Ele criou a ICE Startup de Tecnologia Educacional, que fornece esse tipo de conteúdo para as escolas. Segundo o empreendedor, a adaptação das instituições de ensino tornou-se um grande gargalo, pois, além do aumento de custos com a contratação de professores, ainda há dificuldades em lidar com os novos conteúdos exigidos pelo MEC.

“É neste ponto que atuamos; criamos uma plataforma que atende escolas na implementação do novo ensino médio. Nós oferecemos estes itens flexíveis para elas no formato de disciplinas eletivas.

Gabriel Gonçalves explica que o aumento da carga horária em 25% por cento ou em mais mil horas por ano é apenas parte das mudanças. Para ele, as escolas sabem elaborar muito bem os conteúdos tradicionais, mas quando se trata das matérias que vão compor o chamado Itinerário Formativo, que inclui educação financeira e o “projeto de vida”, a história é diferente. “Com nossa plataforma, os alunos podem escolher quais cursos desejam fazer no catálogo adquirido pela escola”, explica o empreendedor.

Para entender melhor 

Para a pedagoga Camile Bretas, a proposta do Novo Ensino Médio é interessante, pois prevê a formação integral do aluno, que extrapola a questão do conteúdo, além de trabalhar somente a formação cognitiva, abarca questões socioemocionais. "Antes todo aluno estudava todo o currículo, não importava se queria fazer Engenharia ou Letras, as disciplinas eram as mesmas". Agora ele terá a oportunidade de escolher uma parte do currículo em função de sua vocação e afinidade, diz a professora.

Ela explica que a Rede M2 já se adiantou e, desde o ano passado, começou a implementar, na forma de projeto piloto, as bases curriculares do Novo Ensino Médio. A formação geral básica prevê quatro áreas do conhecimento: Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Linguagens e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.

Além disso, a rede vai oferecer cinco disciplinas eletivas por semestre, priorizando a carga horária obrigatória, sendo que o aluno terá que escolher duas eletivas por semestralmente para cursar. "É uma reinvenção do ensino médio, que busca atender às necessidades de jovens estudantes, fortalecendo seu engajamento", diz a especialista.

E quem já experimentou?

Um dos alunos que participou do projeto piloto da rede M2 foi Fábio César Fonseca da Silva, 17 anos, que, neste ano, vai cursar o 2º ano do Ensino Médio. Ele diz que gostou das mudanças, principalmente porque os alunos têm mais oportunidades de cursar matérias específicas em sua área de interesse a partir de agora. “Eu que sou ligado às áreas de desenvolvimento humano e de negócios, já cursei no ano passado disciplinas como cinema, oratória e educação financeira”, conta o estudante.

Fábio, que também é jogador de futebol americano diz que, no futuro, pretende empreender e ter uma carreira produtiva como coach. “São novos caminhos que se abrem para os alunos. Se antes tínhamos um ensino médio muito rígido, muito estruturado, hoje temos novas opções. Ele aconselha os colegas: “Não tenha sonhos, tenha metas e faça o necessário para se sobressair”, finaliza Fábio. 

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