‘Novo’ trânsito de BH é aprovado no 1º dia de aula

Raquel Ramos - Hoje em Dia
04/02/2014 às 07:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:47

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Contrariando expectativas, as diversas alterações no trânsito implantadas pela BHTrans durante as férias escolares não surtiram efeito “devastador” no primeiro dia de aula. Apesar de trechos de lentidão terem sido registrados em frente a escolas e nos principais corredores da cidade, como as avenidas Cristiano Machado, Andradas e Afonso Pena, o tráfego fluiu bem nos pontos que sofreram mudanças recentes.   Mesmo com cerca de 50 mil veículos a mais circulando no perímetro da avenida do Contorno, conforme estimativa da BHTrans, às 7h os carros passavam com tranquilidade pela Francisco Sales, esquina com Professor Alfredo Balena. Há duas semanas, são proibidas conversões à esquerda e à direita no cruzamento.   Situação semelhante foi vista no cruzamento das avenidas Carandaí com Afonso Pena, que, agora, opera em mão inglesa; e nas ruas Goiás e Sergipe, esquina com Guajajaras, que tiveram os sentidos de circulação invertidos.   Também não houve tumultos na avenida Silviano Brandão, no trecho entre a rua Capuraque e a Cristiano Machado. Como ocorreu na Carandaí, o tráfego no local agora é em mão inglesa.   Prova de fogo   Apesar de uma aparente melhoria nos trechos da cidade que passaram por mudanças na circulação, o mestre e consultor em trânsito Silvestre de Andrade afirma serem necessários novos testes para uma avaliação mais consistente das consequências dessa série de alterações.   “É claro que esperamos que as mudanças sejam positivas. Foram feitos vários estudos e simulações antes de colocar as propostas em prática. Mas o trânsito é dinâmico”, diz.   Ele acredita, por exemplo, que algumas pessoas possam ter escolhido rotas alternativas para fugir dos trechos modificados e que parte dos alunos tenha faltado ao primeiro dia de aula.    “É por isso que, só em três meses, mais ou menos, será possível comprovar se as alterações foram, de fato, adequadas”.   Mau exemplo   Até 14 de fevereiro, operações de trânsito serão feitas na porta de 46 escolas de Belo Horizonte.    Na última segunda-feira (3), agentes monitoravam o tráfego na porta do Colégio Santo Antônio, na Savassi. Os motoristas eram orientados a não parar em fila dupla e a não deixar crianças descerem no meio da rua. Três pessoas chegaram a ser multadas por estacionar em lugar proibido.   Lentidão rotineira nos principais corredores    As mudanças nas últimas semanas podem até ter impactado positivamente o trânsito em alguns trechos de BH. Mas não foram suficientes para impedir que uma fila de carros se formasse na avenida Cristiano Machado, um dos principais corredores da cidade. A lentidão foi do Hospital Risoleta Neves à avenida Silviano Brandão.   O congestionamento já era esperado pela auxiliar comercial Jéssica Almeida, que até saiu de casa mais cedo para fugir do trânsito. “Como pego esse caminho todos os dias, sei que a avenida fica tumultuada. Ainda mais agora, com a volta às aulas”. A estratégia, porém, não funcionou. “Levei 20 minutos a mais do que o costume”.   Motoristas que passaram pelas avenidas Amazonas, Andradas e Afonso Pena também enfrentaram retenção. O trânsito que se formou por volta das 7h30 só voltou a fluir após as 9h.   Adaptação   Embora a cidade esteja cheia de faixas anunciando as “novidades” na circulação, há muita gente insegura para assumir o volante no Centro. O aposentado Antônio Leão preferiu recorrer ao transporte coletivo para não fazer “barbeiragem”. “Tenho que reaprender a dirigir”.   Desatentos aos avisos nos pontos, pedestres levaram alguns minutos para perceber que a rota do ônibus foi alterada. “É a primeira vez que uso transporte coletivo depois das férias e estou alheia a essas mudanças. Para mim, ficou uma confusão”, diz a estudante Cristina Oliveira.

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