As obras de revitalização da Praça da Assembleia, um dos principais espaços de lazer da zona Sul de Belo Horizonte, estão atrasadas. A área de 33 mil metros quadrados, anexa ao prédio sede do parlamento mineiro, no bairro Santo Agostinho, está cercada por tapumes há cinco meses e, no interior, o que se vê são poucas intervenções.
A previsão era a de que as obras fossem entregues em março próximo, mas podem se estender até o fim do primeiro semestre de 2015. Até o momento, nenhuma etapa foi concluída e as demolições não foram finalizadas. Estão em curso os trabalhos em fundações, pavimento e em instalações hidráulicas e sanitárias.
Dois playgrounds deverão compor o espaço, mas, por enquanto, apenas o antigo teve os brinquedos recuperados. O novo, que irá atender crianças de 8 a 12 anos, ainda não foi implantado. Intervenções como a recuperação do coreto, criação de fontes e de painel de autoria dos artistas plásticos Burle Marx e Haruyoshi Ono não foram iniciadas.
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) não informou por que a reforma está atrasada. Uma funcionária da construtora responsável, que pediu para não ser identificada, disse que o motivo foi a instalação de uma estrutura provisória para o Natal e a chuva. “Estamos mantendo as obras apenas na parte de baixo”, afirmou.
Visitantes
Quem frequenta a praça reclama da falta de informação sobre o andamento da reforma, além do isolamento, que impede o lazer e a prática de atividades físicas. Esse é o caso do pesquisador Fernando dos Santos Caetano, de 32 anos. “A gente não tem conhecimento do que está sendo feito e de quando será finalizado”, disse. Ele costumava fazer caminhadas no local, antes das obras.
A designer Alessandra Faria, de 46 anos, também se exercitava e passeava com o neto na praça. “Agora, não é mais possível. Esse espaço está fazendo muita falta. Parece que pouco foi feito”, destacou.
O estudante Lucas Martins da Silva Ribeiro, de 22 anos, também queixa-se do prazo para reforma. “Está demorando demais e a gente não vê resultado”. Ele aponta, também, a dificuldade em caminhar pelo local. “Hoje, é muito difícil, porque em algumas partes nem passeio temos”.
O projeto de revitalização
- A reforma da praça Carlos Chagas, conhecida como Praça da Assembleia, é financiada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), por meio do projeto “Assembleia para Todos”.
- A revitalização tem como base uma pesquisa realizada em junho de 2011, com seis mil frequentadores do local. As sugestões foram incluídas no projeto, com o cuidado de manter as características originais do local, que é tombado como patrimônio histórico.
- A praça possui 33.700 m² e ocupa ampla área do bairro Santo Agostinho, entre a avenida Olegário Maciel e as ruas Rodrigues Caldas e Martim de Carvalho. É cercada por jardins projetados por Burle Marx e, no centro, está a Igreja Nossa Senhora de Fátima.