Junto a outros 2.200 alunos da Escola Estadual Governador Milton Campos, popularmente conhecido como Estadual Central, apenas este ano a estudante Thaís de Souza Costa, de 17 anos, voltou a estudar na unidade I do icônico complexo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Durante todo o ano de 2015, Thaís e seus colegas de classe foram relocados na unidade II da escola, no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, ou em um prédio alugado na rua Rio de Janeiro.
A volta, em março deste ano, só foi possível após o fim da primeira etapa das obras, que começaram em junho de 2013. Para uma melhor infraestrutura aos estudantes e os cerca de 150 servidores, foram investidos pelo governo do Estado R$ 12,7 milhões na recuperação das características originais da construção, como o resgaste a cor original das pilastras da sala de aula, a reforma de 30 salas de aulas, cantina, salas de administração, pilotis, auditório e instalação de elevadores.
Patrimônio
O Estadual Central foi construído para remeter a elementos utilizados no espaço da escola à época. O local que abriga as salas de aula lembra uma régua, o auditório da escola faz menção a um mata-borrão, enquanto a caixa d’água da escola remete a um giz utilizado em um quadro negro.
De acordo com a secretaria estadual de educação, Macaé Evaristo, ainda faltam na Unidade I a parte de paisagismo e a colocação de vidros nos muros externo da escola na rua Antônio de Albuquerque, Rio de Janeiro e São Paulo. Essas alterações serão feitas na segunda etapa das obras, que está em processo de licitação. “A lógica dos vidros é recuperar a ideia de que, em um prédio público, quem passa pela rua deve ter uma completa dimensão do que se passa na escola. É uma questão de mostrar a história da instituição”, diz.
Governador se emociona ao falar de passado como estudante
Durante a cerimônia de entrega das obras, o governador Fernando Pimentel se emocionou ao falar de sua trajetória como estudante do Estadual Central, na década de 1960. Ao citar o famoso poema Tabacaria, de Fernando Pessoa, o governador chegou a chorar. Recorrendo à memória afetiva, disse que o colégio não perdeu a qualidade do corpo docente e manteve a capacidade de oferecer reflexão aos alunos. “Continuo sonhando os mesmos sonhos de 1968!”, disse.