Orçadas em R$ 792 milhões, as principais obras de prevenção contra os danos provocados pelas chuvas em Minas Gerais vão demorar, pelo menos, mais três anos para serem concluídas. As intervenções de drenagem e contenção de encostas só começam a sair do papel no segundo semestre de 2013.
A confirmação de que os riscos de novos desastres vão permanecer, no mínimo, até 2016, foi feita ontem, durante balanço dos trabalhos desenvolvidos pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), em 2012.
As obras que poderão prevenir catástrofes serão custeadas pela União. Os projetos prioritários na linha de drenagem visam controlar as cheias nas bacias dos rios Preto e Muriaé (Zona da Mata); recuperação do rio Betim; implantação de bacias de detenção no córrego Riacho das Pedras (Contagem); e complementação das obras de requalificação urbana e ambiental do ribeirão Arrudas.
Questionado sobre a demora, o secretário Carlos Melles disse que esse trâmite é normal. Ele afirma que as obras representarão um avanço para o Estado. “A liberação dos recursos foi possível graças a uma proposta bem elaborada que foi entregue ao governo federal. São grandes obras, estruturantes, que demoram, mas que trarão avanços gigantescos”.
Sem investimento
Neste ano, nenhuma obra de prevenção foi feita em Minas. Em muitas cidades castigadas pela última temporada de chuva, o socorro ainda não chegou e moradores convivem com o medo de novos desastres.
A Setop não tem controle de quantos municípios ainda passam por intervenções, sob a alegação de que os recursos foram liberados diretamente pelo governo federal às prefeituras. A burocracia para recebimento das verbas de reconstrução é apontada por Carlos Melles como o principal entrave para sanar os problemas que persistem.