Ocorrências de estupro e de negligência põem Valadares em alerta

Daniel Antunes - Do Hoje em Dia
03/11/2012 às 09:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:50

(LEONARDO MORAIS)

GOVERNADOR VALADARES – Casos como o da jovem A.F., de 13 anos, frequentemente vista por policiais militares perambulando pelas escuras ruas da divisa entre o bairro São Geraldo e o Centro, na “cracolândia” de Governador Valadares, ajudam a engrossar os número de negligência dos pais contra crianças e adolescentes.

Segundo diagnóstico da violência sofrida por menores de idade divulgado nesta semana por técnicos do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas), foram registrados, de janeiro a setembro de 2012, 28 casos de negligência, média de três por mês.


Abuso sexual
 
Todas as vítimas foram atendidas por equipes especializadas do Creas. A modalidade é seguida de perto por casos de abuso sexual, que somaram 27 registros.

Computando crimes de exploração sexual e violência física, o Creas instaurou 73 procedimentos nos primeiros nove meses do ano, com a finalidade de orientar vítimas e levar os agressores à punição. “Os casos têm que ser acompanhados de perto, porque uma vítima de abuso hoje pode se transformar em abusador no futuro”, afirma a assistente social Sandra Regina Souza.


Embasamento
 
Os números vão ajudar a ilustrar o Seminário de Prevenção à Criminalidade no município, evento que acontece no fim do mês na sede da 8ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp) e vai envolver, além dos órgão de proteção à criança, autoridades em segurança pública.

Em todo o ano passado, o Creas contabilizou 119 registros de violência sofrida por crianças e adolescentes, quase dez por mês. Negligência (maus-tratos/abandono) somou 43 denúncias. “Geralmente, o suposto agressor está perto da vítima. Quando não são parentes, são pessoas próximas à família”, diz a assistente social.


Proporção
 
De acordo com Sandra Souza, cerca de 80% dos casos atendidos pelas equipes multidisciplinares são relacionados a famílias carentes.

Atendimentos a vítimas das classes média e alta somam apenas 20% das ocorrências. Mas o número pode ser maior, uma vez que, para a assistente social, nesse tipo de caso o “alvo” não quer se expor, além de temer represálias.

“Geralmente, quando a violência envolve pessoas de baixa renda, as vítimas, de tão vulneráveis em todos os aspectos, não têm pudor de mostrar os problemas que enfrentam”, diz Sandra.
 
Saiba mais sobre este problema que atinge os jovens pelo Estado na Edição Digital.

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