Oito milhões de analfabetos fadados à penúria em Minas Gerais

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia
24/08/2012 às 08:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:43
 (André Brant/Hoje em Dia)

(André Brant/Hoje em Dia)

Mais de 16% dos mineiros com idade entre 15 e 39 anos não sabem ler ou escrever. O índice representa 8 milhões de pessoas no Estado que, na idade mais produtiva da vida, são analfabetas e, por isso, ocupam cargos mais baixos, são mal remuneradas ou têm dificuldade para encontrar emprego.

Os números são parte da Pesquisa por Amostra de Domicílios de Minas Gerais (PAD-MG), desenvolvida, em 2011, pela Fundação João Pinheiro (FJP), em parceria com o Escritório de Prioridades Estratégicas.

Feito a partir de entrevistas em 18 mil residências de 428 municípios, o levantamento abordou questões relativas a estudo, saúde, condições de habitação e mercado de trabalho.

POR TODO O MAPA

O analfabetismo entre a população mais ativa da sociedade é mais comum nos vales do Jequitinhonha e Mucuri, onde pelo menos três a cada dez pessoas nessa faixa etária não têm nenhuma instrução. No entanto, até nas regiões mais desenvolvidas do Estado, como a Zona da Mata ou a Grande Belo Horizonte, o índice é alto: 10,4%.

Um dos maiores prejuízos é que, a cada ano, o mercado de trabalho se fecha mais para quem não sabe ler ou escrever, diz o professor de economia e demografia Mario Rodarte, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Até a década de 1990, havia um segmento expressivo de ocupações que acomodavam o trabalhador com esse perfil, sobretudo nos serviços braçais”, explica. “Mas a industrialização fez aumentar a exigência por qualificação. Hoje, até em ocupações mais simples, a pessoa precisa manusear o computador”, exemplifica.
 

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