O cerco para quem ainda insiste em beber e dirigir foi fechado mais uma vez neste fim de semana na capital mineira. Oito pessoas foram presas na madrugada deste domingo (14) ao serem flagradas cometendo irregularidades no trânsito durante a Operação Blitz, realizada entre as polícias Militar, Civil e Rodoviária. A ação foi montada desde a meia noite hora até as 5h30 no KM 13, na MG-010, no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte. Oito condutores foram notificados por infração gravíssima. Eles realizaram o teste do bafômetro e o resultado foi menor do que 0,33 mg/litro, o que não constitui crime de trânsito.
Um dos condutores presos dirigia um Corolla de cor prata e se recusou a parar na blitz. Ele foi preso por dirigir inabilitado, embriagado e por tentativa de homicídio. Os militares estranharam a conduta e fizeram um rastreamento do veículo. O condutor, que não foi identificado, acabou perdendo o controle do carro e batendo o Corolla na mureta de proteção da MG -010, em frente à Cidade Administrativa, no bairro Serra Verde, na mesma região. Além de estar embriagado, o homem não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O irmão dele era passageiro e dono do carro, ele também foi autuado por ter entregado a direção a uma pessoa inabilitada e com sintomas de embriaguez. De acordo com o major Agnaldo Lima, o proprietário do veículo não tinha condições de dirigir já que também teria ingerido bebida alcoólica.
Ao todo, três pessoas foram presas por dirigirem bêbadas. Elas fizeram o teste do bafômetro e os resultados foram acima de 0,33 mg/litro de álcool. Um motorista foi preso por direção perigosa. Um passageiro de um dos carros abordados e um motorista que também dirigia embriagado foram presos por porte de drogas. Dois condutores foram presos por terem entregado a direção para pessoas embriagadas.
Foram 256 carros abordados pelos 32 militares e 15 viaturas empenhados na ação, 22 boletins de ocorrências registrados. Cinco pessoas foram flagradas dirigindo sem ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH), outras cinco se recusaram a fazer o teste do bafômetro. Os policiais recolheram 13 CNH's, nove veículos foram removidos para o pátio – sete por falta de licenciamento e dois devido à embriaguez dos motoristas.
O que acontece se você for flagrado dirigindo bêbado?
A Lei Seca tornou-se mais rigorosa em 20 de dezembro quando a presidente Dilma Rousseff assinou um decreto que torna a análise do policial ou de terceiros, além do bafômetro e de testes clínicos indicativos da embriaguez do condutor. A multa dobrou de valor e passou de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
Se o condutor de um veículo foi flagrado dirigindo com mais de 0,34 mg por litro de sangue, a ocorrência é caracterizada como crime de trânsito, o que rende multa e recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O motorista que for flagrado dirigindo com o teor alcoólico entre 0,14 e 034 mg/l é autuado por infração de trânsito. E, nestes casos, é aplicada multa e apreensão da CNH.
O major Agnaldo Silva, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), apontou sobre os vários desdobramentos de um motorista dirigir embriagado cometendo um crime de trânsito. “O cidadão passa a ter antecedentes criminais, ou seja, se ele precisar de um atestado negativo para conseguir um emprego, poderá ser prejudicado por essa infração”, afirmou.
Além disso, em casos de acidentes provocados devido à embriaguez do condutor, a seguradora do veículo não assume os danos. “Uma das cláusulas do contrato de qualquer seguradora diz que é necessário que o condutor esteja em perfeito juízo”, lembrou.
O major Agnaldo apontou ainda que em casos de prisões o delegado determina a fiança em valores que podem variar de um a cem salários mínimos, mas que em casos de blitz realizada no fim de semana, muitos motoristas têm dificuldades em sacar valores mais altos nos caixas eletrônicos. “Eu lembro de um condutor de uma BMW que foi preso dirigindo bêbado e a fiança imposta era de R$ 5 mil. Ele não conseguiu sacar o dinheiro, apesar de aparentar ter boas condições. Com isso, ele ficou o fim de semana preso no Ceresp (Centro de Remanejamento de Presos)”, afirmou.
Outra orientação do major é para profissionais que dependem da CNH para trabalhar. “Muitos vendedores, representantes comerciais e motoristas precisam estar habilitados para trabalhar, algumas empresas oferecem, inclusive o veículo funcional a essas pessoas. Se uma delas perder a habilitação em uma blitz corre o risco de ser demitida por justa causa”, reforçou.