Oncologistas discutem avanços na detecção e tratamento de câncer

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
Publicado em 07/03/2015 às 12:27.Atualizado em 18/11/2021 às 06:16.
Um dos cinco tipos de tumores malignos mais incidentes entre a população brasileira, o câncer de pulmão, aos poucos, vem deixando de ser uma incógnita quando o assunto é a redução do número de casos e, consequentemente, de mortes. Com uma taxa de mortalidade que, no Brasil, chega a 80%, a doença pode ser facilmente prevenida. A conclusão é dos especialistas. Muitos estiveram presentes, na manhã deste sábado (7), no Seminário de Atualização em Oncologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia, em Belo Horizonte.
 
"Se consideramos que 90% dos pacientes com câncer de pulmão são fumantes, não há o que se fazer, senão incentivar o aumento das campanhas contra o tabagismo", avalia o oncologista Enaldo Lima, coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital Mater Dei, na capital.
 
Estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que, quando comparados a não fumantes, pessoas que fumam apresentam risco dez vezes maior de desenvolver tumores malignos no pulmão, nos países em desenvolvimento, um dos três tipos mais frequentes entre homens. A estimativa do instituto é de que 27 mil pessoas desenvolvam a doença, este ano.
 
Na avaliação do oncologista do Mater Dei, é fundamental o investimento em políticas públicas, que impactam diretamente na redução do número de casos da doença no país. "A taxa de cura do câncer de pulmão no Brasil é de 10% a 15%, contra 17% nos Estados Unidos, por exemplo. Logo, o que se deduz é que a prevenção ao fumo é o melhor "tratamento", enfatiza.
 
Avanços
 
Reunidos nesta manhã, os especialistas debateram ainda os avanços da medicina para casos de cânceres ginecológicos, grupo em que se enquadram os tumores de mama e cólo de útero, os dois mais incidentes entre as brasileiras. "No caso do cólo de útero falta diagnóstico precoce e prevenção, já que é um dos tipos mais passíveis de cura", detalhou o chefe do Departamento de Oncologia da Santa Casa de Belo Horizonte e diretor do Centro de Quimioterapia Antiblástica de Minas Gerais, Wagner Brant Moreira.
 
Especialista da Oncomed e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia, seção Minas Gerais, Leandro Ramos ressaltou também o direcionamento que vem sendo dado nos tratamentos dos mais diversos tipos de câncer. Segundo ele, a identificação de subgrupos das doenças tem proporcionado a definição de alterações específicas e a indicação de tratamentos mais orientados. 
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