Onde estão as campanhas de conscientização?

Danilo Emerich e Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
05/10/2012 às 11:29.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:49
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

No Anel Rodoviário, o duelo é travado nas alturas: motoqueiros invadem passarelas e usam a travessia de pedestre para encurtar trajetos. Na Cristiano Machado, pilotos também transformam calçadas em via urbana. Na Praça 7, em meio à movimentação intensa de pessoas a pé, motociclistas não perdem o hábito de furar o sinal vermelho. E em praticamente todos os grandes corredores de tráfego é possível ver motos ultrapassando pela direita e costurando o tráfego.

Os flagrantes não deixam dúvida: muitos motoqueiros não têm a menor educação para o trânsito. Especialistas são unânimes em apontar os constantes atos de incivilidade sobre duas rodas como reflexo das limitadas campanhas de conscientização, feitas apenas em longos intervalos. “São fracas e ocorrem esporadicamente”, afirma o engenheiro e consultor em tráfego Frederico Rodrigues.

Distorção

Em Belo Horizonte, do montante de R$ 8,7 milhões investidos em segurança e educação para o trânsito no primeiro semestre deste ano, menos de 10% (R$ 869 mil) foi direcionado a ações específicas para motociclistas. Segundo a BHTrans, o valor foi empenhado na produção e divulgação de campanhas e em um curso de capacitação.

Para a psicóloga Valéria Fraiha, as iniciativas têm efeito temporário. “As campanhas são pertinentes, mas precisam ser contínuas. O material deveria trabalhar com imagens marcantes, não necessariamente violentas, mas lembrar das consequências dos acidentes. Além disso, a fiscalização precisa ser intensa”.

Resposta

O gerente de coordenação de Educação da BHTrans, Humberto Paulino, considera suficiente o investimento feito neste ano. “O motociclista é apenas um dos pilares. Nossa preocupação tem sido centrada neles, nos pedestres e nos jovens condutores”.

Segundo Paulino, é insustentável para a prefeitura realizar todas as campanhas preventivas de mídia. “É caríssimo!”. O ideal, afirma, é que governo federal amplie sua participação nas propagandas.

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