ONG incentiva vítimas a denunciarem ex-padre de BH suspeito de estuprar mais de 50 crianças
Ex-líder religioso teria estuprado cerca de 50 meninas, de 3 a 11 anos, desde a década de 1980
A ONG Movimento Infância Livre de Abusos (Instituto Mila) publicou, nas redes sociais, um vídeo para incentivar vítimas a denunciar o ex-padre Bernardino Batista dos Santos, de 77 anos, suspeito de abuso sexual contra crianças no município de Tiros, região do Alto Paranaíba.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que ele teria estuprado cerca de 50 meninas, de 3 a 11 anos, desde a década de 1980. No entanto, a própria PC informou que a investigação não descarta a possibilidade de outras vítimas em outras cidades.
“Precisamos fazer Justiça por cada uma das vítimas deste homem. Se você foi uma das pessoas molestadas por ele, não se cale! A Justiça está em suas mãos!”, informa trecho da publicação.
A denúncia que levou à abertura do inquérito policial em 2021, no entanto, foi feita pela mãe de menina, que relatou um caso de abuso durante excursão para um sítio em Tiros, em 2016.
Segundo a delegada regional em Juatuba, Ana Paula Kich Gontijo, as vítimas devem procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima para noticiar o crime, fazendo referência ao caso.
“Essa ocorrência chegará ao inquérito que está investigando a conduta desse suspeito. Quanto mais vítimas conseguirmos localizar, maior será a pena e mais perto da Justiça estaremos”.
Entenda o caso
O ex-líder religioso foi preso em 23 de outubro, em Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte. O homem, que já atuou em uma paróquia da capital mineira, já havia sido afastado da igreja .
As investigações sobre os estupros de vulneráveis, conduzidas pela Delegacia de Polícia Civil em Tiros, foram iniciadas após a denúncia de um caso ocorrido em 2016, quando uma vítima, de 4 anos à época, teria sido abusada em uma festa de casamento em um sítio.
O ex-padre foi localizado em casa. De acordo com o delegado titular em Tiros, Bruno Henrique de Deus, o investigado nega os abusos.
“Ele era padre em uma paróquia de Belo Horizonte, vinculada a uma escola. Então, por várias vezes, organizavam excursões e levavam essas crianças para passar um tempo no sítio do padre, com presença de professores e até mesmo de pais. Ele conseguia retirar essas crianças de perto dos responsáveis, com base na confiança, abusava delas e depois as devolvia”, disse a delegado.