Nada menos que 823 mil usuários do transporte metropolitano da Grande BH sentirão no bolso um aumento de 12,78% nas passagens de ônibus. O reajuste, quase o dobro da inflação prevista para 2014 (de 6,5%), passa a valer a partir de segunda-feira, tanto para coletivos quanto para táxis, nos 34 municípios da região.
O sistema tem 745 linhas e opera com uma frota de 3.059 veículos. São cerca de 14 mil viagens por dia. Com o reajuste, o preço mínimo, cobrado em 16 itinerários, sobe de R$ 2,30 para R$ 2,60.
Já o valor da passagem predominante, referente a 30% das linhas, passa de R$ 3,50 para R$ 3,95. Ao todo, são 57 grupos tarifários. Ao justificar o reajuste, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), responsável por autorizar a medida, atribui os novos valores ao aumento dos custos operacionais,como preço do combustível, folha de pagamento e manutenção. A modernização da frota, em função do Move Metropolitano, e a construção de terminais também entram na conta.
Atualmente, todas as linhas comerciais têm bilhetagem eletrônica. Outra medida anunciada é a de que o troco máximo, até 31 de dezembro de 2015, será de R$ 50. Para a diretora da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo de Belo Horizonte e Região, Gislene Gonçalves, o aumento é abusivo e injustificável. Segundo ela, a maioria esmagadora dos passageiros ainda convive com problemas rotineiros de precariedade na infraestrutura oferecida.
“As pessoas perdem muito tempo aguardando os ônibus, e a frota é insuficiente para atender a demanda com qualidade. Nas estações do Move, existem várias falhas. Por exemplo, falta elevador, e escadas rolantes não funcionam”. Conforme Gislene, a diretoria da associação tem uma reunião marcada para a próxima segunda-feira e vai avaliar que medidas poderá tomar. “Fomos todos pegos de surpresa, mas algo precisa ser feito diante desta situação”.
A reportagem tentou contato, por telefone, com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra), mas ninguém foi localizado.
TÁXIS
Já a frota de táxis especiais metropolitanos conta com 236 automóveis. Para esses veículos, a tarifa será reajustada em 8,21%. O custo por quilômetro passa de R$ 2,63 para R$2,85, e a bandeirada de R$ 4,78 para R$ 5,17.
A cobrança do quilômetro noturno rodado será de R$3,42. É permitida das 22h às 6h, de segunda a sexta-feira. Aos domingos e feriados e aos sábados, o início do período é antecipado para às 14h. Não poderá haver cobrança de taxa de retorno, de volumes transportados e de transporte por carrinho de supermercado.