Tráfico

Operação da PF mira desvios de insumos do setor farmacêutico para fabricação de drogas em Minas

Agentes cumprem seis mandados de busca e apreensão em residências de agentes públicos e três mandados de prisão preventiva contra traficantes

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 03/12/2024 às 07:40.Atualizado em 03/12/2024 às 08:22.
 (PF/Divulgação)
(PF/Divulgação)

Uma nova fase da Operação Falcões de Aço, deflagrada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (3), expôs um esquema criminoso que envolve desvios de insumos do setor farmacêutico para a adulteração de drogas no Vale do Aço.

Na ação de hoje, agentes cumprem seis mandados de busca e apreensão em residências de agentes públicos e três mandados de prisão preventiva contra traficantes e integrantes de uma organização criminosa atuante na região. "A operação tem como objetivo o combate aos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de capitais", informou a PF.

De acordo com a PF, as investigações revelaram que empresários do setor farmacêutico estavam desviando produtos químicos, como a cafeína, para serem utilizados na adulteração de cocaína. A facilidade de acesso a esses produtos, devido às suas atividades comerciais, permitiu que os criminosos ampliassem a produção e o lucro com o tráfico de drogas.

A Polícia Federal identificou uma complexa rede de transações financeiras que envolvia traficantes locais e pessoas residentes em regiões de fronteira conhecidas pelo intenso tráfico de drogas. Os recursos obtidos com a venda das drogas eram lavados por meio de diversas operações financeiras.

"Na primeira fase da operação, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva, cujos materiais recolhidos resultaram na identificação de novos investigados. Entre os alvos da operação estão empresários do ramo farmacêutico. Também foram identificados traficantes da região de Coronel Fabriciano que utilizavam esses insumos adulterantes para ampliar a quantidade de entorpecentes no tráfico", detalhou a PF.

O papel dos empresários no esquema

A participação de empresários do ramo farmacêutico nesse tipo de crime é preocupante, pois demonstra como a criminalidade pode infiltrar-se em diversos setores da sociedade. Ao fornecerem insumos para a adulteração de drogas, esses empresários estavam colaborando diretamente com o tráfico e contribuindo para a disseminação de substâncias ilícitas.

Laranjas

Ainda conforme a PF, as investigações revelaram o desvio de insumos farmacêuticos comumente usados para adulterar cloridrato de cocaína, visando aumentar o volume da substância ao misturá-la com esses produtos. "Foram traçadas linhas investigativas que levaram à identificação de diversos criminosos, seus "laranjas" e a complexa rede de transações financeiras que envolve traficantes locais, sendo que, em muitos casos, os destinatários eram pessoas residentes em regiões de fronteira com o Brasil notoriamente conhecidas pelo intenso tráfico de drogas", enfatizou a PF.

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