Operação desarticula quadrilha de sequestradores comandada por detento da Nelson Hungria

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
13/11/2018 às 19:47.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:49

(Divulgação/PCMG)

A Polícia Civil desarticulou nessa segunda-feira (12) uma quadrilha de sequestradores que atuava na Região Metropolitana de Belo Horizonte e era comandada por um detento da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. A ação ainda libertou duas vítimas e prendeu dois suspeitos em flagrante.

Os suspeitos, de 44 e 28 anos, foram presos após a identificação de um cativeiro em Contagem, no qual eram mantidas vítimas que vieram de São Paulo e estavam sendo extorquidas pelos criminosos. A PC assegurou que as vítimas libertadas saíram do cativeiro com a integridade física preservada e sem o pagamento do resgate.

"A quadrilha agia atraindo pessoas de fora de BH e da Região Metropolitana com anúncios de vendas de veículos na internet. Ao chegar e ser atendido, o interessado era levado a um cativeiro e obrigado a ligar para a família, dizer que havia gostado do veículo e autorizar os familiares a liberarem o depósito na conta dos criminosos. As vítimas só eram libertadas após a confirmação desse depósito", detalhou o delegado Ramon Sandoli, responsável pelas investigações.

Investigações

Os trabalhos começaram há cerca de 30 dias e vieram de uma ocorrência na qual uma vítima teria sido atraída de Brasília à RMBH e só conseguiu avisar a polícia após depositar R$ 100 mil na conta dos criminosos.

Segundo a PC, o suspeito de 44 anos já estava na prisão e comandava as ações criminosas pelo celular. "Essa quadrilha tinha uma estrutura empresarial, com várias equipes que eram designadas de acordo com as características da vítima, tudo comandado pelo preso", contou Sandoli. As sentenças contra o suspeito preso somam 137 anos.

O delegado Ramon Sandoli, responsável pela Delegacia Especializada Antissequestro do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), comemorou o resultado da operação e contou que outras duas tentativas foram evitadas, atribuindo o sucesso a novas técnicas investigativas. ”Além de conseguirmos evitar que os crimes ocorressem, obtivemos êxito com um trabalho de inteligência investigativa, no caso do sequestro consumado, resgatar as vítimas com a integridade física preservada. Com a desarticulação desta quadrilha, só este ano já evitamos um total de seis crimes de extorsão mediante sequestro antes que as vítimas fossem feitas reféns”, afirmou. 

Procurada, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), responsável pela penitenciária Nelson Hungria, ainda não se posicionou sobre a ação do suspeito de dentro da prisão.

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