Operação do Ministério Público prende 48 policiais envolvidos em corrupção em Minas

Gabriela Sales
gsales@hojeemdia.com.br
Publicado em 19/12/2017 às 13:49.Atualizado em 03/11/2021 às 00:20.
 (Maurício de Souza)
(Maurício de Souza)

Pelo menos 75 pessoas, entre policiais civis, delegados e advogados, foram presas nesta terça-feira (19) durante uma megaoperação contra corrupção, associação criminosa, roubos e falsidade ideológica envolvendo delegados de Polícia Civil, chefes de departamento, escrivães, investigadores, advogados e traficantes em Minas Gerais, Cuiabá (MT) e Cascavel (PR).

Em Minas, a ação ocorre simultaneamente nas regiões do Triângulo Mineiro, Sul de Minas e  Belo Horizonte. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, são 200 mandados de prisão preventiva, 121 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva. Até o início da tarde desta terça, 39 policiais civis e nove delegados já foram presos.

Conforme investigação do MPMG, os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa para prática de roubo de carga e cigarros contrabandeados que vinham do Paraná, além de desvios drogas e armas apreeendidos em operações.

A equipe do Gaeco também cumpre 121 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor. Até o momento, foram apreendidos R$ 50 mil em dinheiro, armas, munição de calibres variados, aparelhos celulares, talões de cheques, relógios, correntes de ouro, um drone e vasta documentação.

Posicionamento

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que “a Corregedoria-Geral da Polícia Civil participou e continua apoiando as investigações em curso. A PCMG lamenta o acontecido e ressalta que não compactua com desvios de conduta funcional, determinando que os envolvidos fossem exonerados dos seus cargos de confiança”.

A corporação disse ainda que a chefia de polícia determinou que a corregedoria instaure sindicâncias administrativas para apuração dos fatos.

Minas

Além de Uberlândia, os mandados são cumpridos em Uberaba, Araguari, Patos de Minas, Patrocínio, Monte Alegre de Minas, Passos, Pouso Alegre, Araxá e Belo Horizonte.

Os presos estão sendo conduzidos para o 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Santa Mônica, em Uberlândia.

A ação conta com o apoio da Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Estadual. Participam da operação cinco promotores de Justiça, auditores da Receita Estadual, 500 policiais militares e 150 policiais rodoviários federais.

Desdobramentos

A Operação Fênix é decorrente das Operações "Zeus", deflagrada pela Polícia Civil de Minas em setembro de 2015. Na época, as investigações levaram a duas denúncias pelos crimes de associação para o tráfico de drogas, tráfico ilícito de entorpecentes, associação criminosa, obstrução de Justiça, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, fraude processual, corrupção passiva e corrupção ativa.

Ainda em 2015, a promotoria desencadeou a segunda fase da operação "100 Anos de Perdão", que resultou no oferecimento de sete denúncias envolvendo roubo agravado - emprego de arma, concurso de pessoas e restrição da liberdade das vítimas -, organização criminosa, associação para o tráfico de drogas, tráfico ilícito de entorpecentes, falsidade ideológica e porte e comércio ilegais de armas de fogo.

No início deste ano, um novo processo de investigação foi aberto pelo Gaeco em Uberlândia através de delação premiada. Na época, 19 processos investigatórios foram abertos por organização criminosa, associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, tráfico ilícito de entorpecentes, porte e posse ilegal de arma de fogo, falsidade Ideológica, estelionato, receptação qualificada, falso testemunho e prevaricação.

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