Para os EUA

Operação em Montes Claros e em outras oito cidades do país mira contrabando de migrantes

Mais de 100 agentes da PF cumprem os mandados de prisão e de busca e apreensão

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
Publicado em 31/10/2024 às 09:49.Atualizado em 31/10/2024 às 10:38.

Uma operação da Polícia Federal (PF) contra o contrabando de migrantes ilegais para os Estados Unidos é realizada nesta quinta-feira (31) em Montes Claros, no Norte de Minas, e em outras oito cidades do país. São cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão.

Mais de 100 policiais participam da ação. Além da cidade mineira, os agentes fazem varreduras em Porto Velho e Guajará-Mirim, em Roraima; Jardinópolis, Sumaré e São Paulo, em São Paulo; Boa Vista, em Roraima; Assis Brasil, no Acr;  e Manaus, no Amazonas.

De acordo com a PF, o grupo aliciava migrantes da Ásia, principalmente de Bangladesh e Nepal, para entrarem ilegalmente nos EUA. As pessoas passavam por rotas clandestinas, em condições perigosas, e pagavam cerca de 10 mil dólares.

Segundo as investigações, o esquema ocorria por meio de redes transnacionais que operam desde o Aeroporto de Guarulhos, em SP -  ponto de chegada dos migrantes no território nacional -, até as cidades de fronteira do Norte do Brasil, utilizadas como corredor de acesso para os países vizinhos, como a Bolívia, a partir de Guajará-Mirim, e o Peru, a partir da cidade Assis Brasil, de onde as vítimas seguiam pela América Central, por via terrestre, até a fronteira mexicana com os EUA.

Os suspeitos gerenciavam pagamentos, documentação falsa e a travessia das fronteiras. A investigação busca responsabilizar os encarregados tanto pelo apoio financeiro quanto pelo suporte logístico, o que inclui os "coiotes" e até agentes de viagens, taxistas e empregados de hotéis. 

A investigação foi iniciada a partir de prisões em flagrante de “coiotes” ao longo de 2023 na fronteira com a Bolívia. Neste ano, seis pessoas foram detidas e 22 migrantes do Nepal e da Índia, resgatados.

Segundo a PF, os investigados podem responder por contrabando de migrantes e associação criminosa.

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