Rede Criminosa

Operação investiga grupo suspeito de divulgar vídeos de abuso sexual infantil em MG e em19 estados

Criminosos enganavam menores de idade pela internet; vítimas compartilhavam conteúdos de nudez

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 31/10/2024 às 13:48.Atualizado em 31/10/2024 às 14:16.
Investigados induziam menores de idade pela internet a enviarem conteúdos de nudez para depois compartilhar em grupos de redes sociais (Divulgação/ MPMG)
Investigados induziam menores de idade pela internet a enviarem conteúdos de nudez para depois compartilhar em grupos de redes sociais (Divulgação/ MPMG)

Uma operação investiga um grupo criminoso suspeito de envolvimento na produção, armazenamento e disseminação de material de abuso sexual infantil em Minas e em outros 19 estados brasileiros. Foram cumpridos 94 mandados de busca e apreensão e um de prisão nesta quinta-feira (31). Minas é o estado com o 2º maior número de investigados e mandados.

O número de investigados por Estado ainda não foi divulgado pelas autoridades. Segundo a Polícia Civil de São Paulo (PCSP), a investigação indicou que os criminosos se comunicavam com crianças e adolescentes em plataformas digitais, como chats de jogos e redes sociais, manipulando as vítimas a criar conteúdos de nudez, que posteriormente eram divulgados. 

Os conteúdos eram compartilhados em grupos fechados de troca de mensagens, como  Telegram, Instagram, Signal e WhatsApp, inclusive em jogos como o Roblox.

Um homem foi preso acusado de produzir, armazenar e divulgar materiais pornográficos infantis. Computadores, notebooks e outros equipamentos foram apreendidos para análise para identificar outros envolvidos. 

A ação contou com o apoio da Agência de Investigação Interna (Homeland Security Investigations – HSI) e da Embaixada dos Estados Unidos, com foco no combate à exploração sexual infantil na internet.

Ainda conforme a polícia, o nome da operação - Operação Lobo Mau - faz referência ao criminoso predador sexual que se esconde atrás de uma fachada de normalidade para se aproximar da vítima, ganhar a confiança dela e depois atacá-la, situação que é potencializada enormemente no ambiente virtual, onde as pessoas não se veem.

A operação foi iniciada e coordenada nacionalmente pelo Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de São José do Rio Preto, e pela Polícia Civil do Estado de São Paulo.

*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca 

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