Pacientes com mielanoma múltiplo recorrem à Justiça por medicamento de R$ 20 mil

Viviane Moreno - Do Hoje em Dia
01/07/2012 às 08:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:14

(Renato Cobucci)

Além de ter que enfrentar todas as questões físicas e emocionais relacionadas a uma doença incurável, o paciente diagnosticado com mieloma múltiplo (tipo de câncer na medula óssea) precisa encarar uma briga judicial para ter acesso a um medicamento que pode lhe dar sobrevida, com qualidade. Isso porque, apesar de ser aprovada em mais de 80 países, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autoriza a fabricação e comercialização do lenalidomida (revlimid), considerado por especialistas uma das opções mais eficientes no controle da doença. Mais de 30 mil pessoas participam de um abaixo-assinado pedindo a liberação do medicamento. Paralelamente, uma campanha foi criada na internet, na fan page do Facebook “Apoia Brasil” e no www.asagadospacientesmm.blogspot.com.br.
 
Ângela Maria Azevedo, de 58 anos, é uma das pacientes que entraram na Justiça contra a União para conseguir o medicamento, que custa mais R$ 20 mil a caixa, suficiente para um mês.
 
Diagnosticada com mieloma múltiplo há oito anos, ela já passou por vários tratamentos. Há um ano, tentava obter a lenalidomida, mas só em abril recebeu a primeira caixa e teme ter de interromper o tratamento. Gimeni Alkmim, de 47, tem o mesmo receio. Ela acionou a Justiça contra o plano de saúde, que, apesar da multa estabelecida pelo juiz, tem colocado empecilhos para disponibilizar o medicamento. “Muita gente recebe a primeira caixa, mas a segunda não vem. Tem que lutar tudo de novo”, lamenta.
 
Esse foi um dos assuntos do seminário promovido pela Fundação Internacional do Mieloma (IMF, na sigla em inglês), neste sábado (30), no hotel Ouro Minas, reunindo médicos, pacientes e familiares.
 
Diagnóstico precoce
 
Segundo o médico Ângelo Maiolino, professor de hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), muitos pacientes morrem antes do diagnóstico da doença, que tem uma fase assintomática que só pode ser detectada por exames. Ele defende a inclusão da eletrofolese de proteína nos exames de rotina. “Eles custam R$ 30, e todos os convênios pagam”.

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