O tratamento contra dores intensas, não raras insuportáveis, em pessoas que sofreram traumas, é referência no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, na capital. Os pacientes (maioria casos de urgência) recebem uma combinação de medicamentos e procedimentos – alguns invasivos, mas que ajudam no bem-estar e reduzem o tempo de internação.
O serviço, ainda pouco conhecido, existe desde 2019 e atendeu cerca de 200 pacientes graves. Os cuidados podem durar dias ou semanas e o tipo de terapia varia conforme o estado de saúde, mas o acompanhamento é feito sempre por anestesiologistas especialistas em medicina da dor.
Serviço contra a dor do João XXIII
Os benefícios também incluem a redução do estresse, melhora da atividade cardiorrespiratória, e pode evitar casos de ansiedade e depressão no pós-trauma.
Em alguns casos, a pessoa está com tanto desconforto que sofre alterações fisiológicas e psicológicas. “Trabalhamos como clínica assistente, auxiliando no tratamento de casos graves de difícil controle”, diz a especialista do hospital, Fernanda Fantini.
Paciente
A técnica em enfermagem Priscilla Aurélia Moreira Santos, de 43 anos, trabalha no João XXIII há 9 anos e precisou recorrer ao tratamento. Em fevereiro, ela sofreu um acidente de carro e precisou amputar o braço. Foram mais de duas semanas com a equipe.
A técnica em enfermagem Priscilla Aurélia Moreira Santos, de 43 anos, trabalha no João XXIII há 9 anos e precisou recorrer ao tratamento
Priscilla ficou três dias com um cateter recebendo medicamentos. Depois, seguiu com a medicação por via oral.
“O serviço não trata somente a dor física, mas sim, o paciente como todo. Tive melhora física e psíquica, além de ter o período de permanência no hospital reduzido”, contou.
Ela voltou a trabalhar, mas ainda não atua no atendimento direto aos pacientes, pois precisa de prótese – que custa cerca de R$ 390 mil. “Não me sinto incapaz, mas preciso de ajuda”, disse.
Quem também fez o tratamento foi Deborah Luiza Braz Rosa, de 35 anos. Ela, também do setor de enfermagem, sofreu uma queda em 2018 e teve uma lesão no punho. Passou por vários procedimentos, mas seguia com fortes dores 24 horas por dia, além da perda da força e mobilidade.
Em dezembro de 2019, iniciou o tratamento para controle da dor, recebendo bloqueios analgésicos, anestésicos e medicamentos.
“Os benefícios foram evidentes. Hoje não estou 100% livre da dor, mas consigo levar uma vida bem melhor”, contou.[PE_BIOG]<EM>
(*) Especial para o Hoje em Dia