Uma iniciativa inédita para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) será colocada em prática em Minas, o projeto SUS Escolha. A partir deste mês, os pacientes que aguardam por cirurgias eletivas poderão optar pelo hospital em que será realizado o procedimento, permitindo maior envolvimento com o tratamento de saúde e a avaliação dos serviços prestados.
O projeto piloto teve início nesta quinta-feira (21), em Montes Claros, no Norte de Minas, em parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Secretaria de Saúde do município. Os profissionais que atuam na regulação municipal serão treinados quanto ao uso e operacionalização da ferramenta digital. A execução do piloto será acompanhada por seis meses, quando será avaliada a expansão para todo o Estado.
"A melhora dos fluxos é fundamental para garantir o acesso oportuno aos tratamentos de saúde. A expectativa é que haja uma qualificação do atendimento prestado ao cidadão, já que o serviço será avaliado. Com o SUS Escolha, o paciente terá mais autonomia e aproximação com o cuidado e atendimento que vai receber", ressalta a subsecretária de Acesso a Serviços de Saúde da SES-MG, Juliana Ávila.
A diretora de Estratégias em Regulação Eletiva da SES-MG, Ludmilla Diniz Silva, garante que os fluxos regulatórios serão observados e a ordem da fila de espera das cirurgias continuará sendo seguida, independente da escolha do hospital. “Assim que for liberada a cirurgia pelo SUS, o paciente terá cinco dias para fazer a escolha e, caso não queira optar por algum prestador, será encaminhado e atendido com a mesma eficiência, já que a fila é única e o processo vai seguir o fluxo já estabelecido na regulação”.
“Nosso intuito é melhorar a prestação do serviço ao usuário, que será comunicado a cada andamento de seu processo, como o agendamento da consulta pré-operatória e marcação da cirurgia”, explica Ludmilla Diniz Silva.
Início do projeto
A princípio, o SUS Escolha vai abarcar seis procedimentos: cirurgia de vesícula (com ou sem videolaparoscopia), hérnia inguinal (unilateral ou bilateral) e hérnia umbilical e incisional, que poderão ser realizados em cinco hospitais de Montes Claros, atendendo, neste primeiro mês, à demanda dos pacientes do município. A partir de janeiro, as mais de 80 cidades pactuadas com Montes Claros também serão incluídas no projeto.
As instituições prestadoras de Montes Claros são o Hospital Aroldo Tourinho, Hospital Dilson Godinho, Hospital Santa de Casa de Montes Claros, Hospital Universitário Clemente de Faria, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e Hospital das Clínicas Doutor Mário Ribeiro da Silveira.
A diretora do Mário Ribeiro, Luciana Santana, afirma que o hospital está preparado para mais essa parceria com o Estado e com o município. “Desde sua concepção, o hospital foi idealizado como um espaço de alta tecnologia voltado para o tratamento dos pacientes do SUS. Nos últimos dois anos, lideramos o ranking de cirurgias eletivas em Minas".
A gestora detalhou as medidas adotadas para chegar à liderança, como a parceria com o Centro Universitário Funorte e outras instituições de ensino. "Essa colaboração nos oferece uma retaguarda que permite dedicar tempo e atenção de qualidade aos pacientes, preparando-os adequadamente para as cirurgias. Esse suporte tem sido indispensável para o sucesso do nosso trabalho", disse Luciana Santana.
Outras ações citadas foram o corpo clínico altamente qualificado e o parque tecnológico da unidade de saúde. "Utilizamos equipamentos de última geração para realizar procedimentos minimamente invasivos".
Cadastramento dos usuários
Segundo o Governo de Minas, o cadastramento dos usuários no sistema será feito pelos municípios, para que eles recebam as comunicações acerca do caso e façam a escolha do hospital. Serão encaminhados dois questionários para o paciente: um que deve ser preenchido antes e um depois da cirurgia, para avaliar a instituição prestadora do serviço.
Também será disponibilizada a previsão de giro da fila por prestador hospitalar e procedimento, que é um indicador de qualidade assistencial. Quanto mais a instituição tiver giro, significa que está atendendo um número maior de pacientes para a realização dos procedimentos, o que vai auxiliar na escolha da melhor instituição para o caso.
* Com informações da Agência Minas
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