Pais e estudantes protestaram nesta sexta-feira (27) na frente de uma escola municipal no bairro Vale do Jatobá, no Barreiro, em Belo Horizonte, onde um aluno com deficiência, de 11 anos, teria sido estuprado e espancado por outros dois colegas na hora do recreio. Uma multidão tomou conta do local, clamando por justiça e mudança na direção da escola.
Uma mulher que se identificou como parente da vítima destacou que a família está devastada. Segundo ela, a criança é muito carinhosa e que, apesar do ocorrido, tem vontade de voltar a ir para a escola.
“Jamais imaginei que isso iria acontecer com alguém. Eu espero que a justiça seja feita. Queremos que ele volte a estudar, mas com apoio e segurança”, afirmou.
Advogada da vítima e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Com Deficiência da Subseção Barro Preto da OAB, Carla Rodrigues, acompanha o caso de perto e teve uma reunião com a diretoria da escola na manhã de hoje. Ela afirmou que não pode revelar muitos detalhes do caso, que está em segredo de justiça, e também para preservar a privacidade da família da vítima.
“Eles (pais da vítima) estão extremamente abalados, não tem como não estar abalado nessa situação. A intenção da defesa é resguardar o máximo da integridade psicológica da família”, enfatizou.
Polícia investiga denúncias
A Polícia Civil investiga as denúncias de estupro e agressão. A vítima relatou o caso ao pai, que procurou a Polícia Militar para registrar o Boletim de Ocorrência (BO) na última segunda-feira (23). A patrulha escolar da PM foi até a escola e fez fez contato com a diretora.
A educadora se reuniu com os pais dos estudantes, que, inicialmente, negaram a violência. Mas depois confirmaram. Segundo eles, o caso ocorreu durante o recreio do dia 13. Eles disseram ter levado a vítima para o banheiro e dado socos no peito, na cabeça e no rosto do menino. Na sequência praticaram a agressão sexual.
Ainda segundo o BO, um dos suspeitos informou que os atos teriam sido praticados porque a vítima "implica com ele e xinga a mãe dele". A instituição de ensino afirmou que iria notificar o Conselho Tutelar.
*Estagiário, sob supervisão de Gledson Leão