Pais de estudantes do Colégio Magnum, em Belo Horizonte, estão organizando um protesto a favor do estagiário de educação física que está sendo investigado por supostamente abusar de crianças dentro da instituição. Além do jovem de 22 anos, os manifestantes também apoiam um professor, que também teve o nome ligado aos supostos estupros.
De acordo com o advogado Fabiano Lopes, que representa o monitor, o suspeito vai participar da ação para reafirmar que é inocente. "Ele não tem medo de represálias no local, até porque será amparado pelos próprios pais", revelou o defensor.
O protesto está previsto para começar às 11 horas e, desde o início da manhã desta sexta-feira (11), algumas pessoas se aglomeraram na porta do Magnum para desenhar cartazes e afixá-los nos portões da instituição. Mensagens como: "professores, estamos com vocês! Essa luta também é nossa", "estamos contigo, garoto! O amor vai vencer, fique tranquilo, a verdade vai aparecer" e "você é amor, paz e carinho. Estamos do seu lado" são algumas das que estampam os cartazes.
Justiça
Desde que o caso dos supostos estupro contra as crianças veio à tona, o suspeito alega inocência. "Eu tenho certeza que ele vai se livrar das acusações. Só ontem (quinta-feira), ouvi depoimentos de 43 mães, professores e amigos, todos apoiando-o (o suspeito). Os pais falam que deixavam e continuam deixando os filhos com ele", declarou o advogado.
Na quinta-feira, a Polícia Civil apreendeu um aparelho celular durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do monitor. Até o momento, dezenas de pessoas prestaram depoimentos, mas o suspeito só deve ser ouvido pelas delegadas responsáveis pelo inquérito no final da investigação. A polícia informou que o processo corre sob sigilo e que, por isso, não vai passar detalhes do caso.
O Colégio Magnum foi procurado pela reportagem nesta sexta-feira para comentar sobre o protesto, mas até o momento não se pronunciou. Em comunicados anteriores, a escola declarou que está colaborando com as investigações. “Continuaremos com a nossa conduta responsável, sem expor nomes, dando assistência jurídica e psicológica para todos colaboradores e familiares envolvidos. Neste momento, o inquérito tramita sob sigilo, e a escola respeita essa orientação”, diz o comunicado.
Denúncia
As investigações começaram na última sexta-feira (4) após a denúncia da primeira mãe. Ela procurou a polícia e contou “que seu filho, de 3 anos, ficava tentando beijar sua boca, atitude não comum entre mãe e filho”. Ela disse também que, ao questionar o comportamento, ele respondeu que teria aprendido isso com o suspeito. Ainda de acordo com a mãe, o aluno "foi forçado a tocar no pênis do autor e que o autor tocou no pênis da vítima”. De acordo com a Polícia Militar, a mãe voltou a questionar a criança, que, por sua vez, fez gestos indicando que teria feito sexo oral com o rapaz.
O segundo caso teria sido semelhante, com a criança relatando situações parecidas com as denunciadas anteriormente e veio à tona durante reunião realizada entre pais de alunos e escola. Na ocasião, o pai relatou que o filho também apresentou indícios de ter sido abusado pelo auxiliar de educação física.
Nessa quarta-feira (10), a Polícia Civil recebeu mais uma denúncia de supostos abusos sexuais que teriam ocorrido dentro do Colégio Magnum, em Belo Horizonte. Desta vez, além do estagiário de educação física, um professor também foi citado no caso.
Pelo menos cinco famílias registraram boletins de ocorrência. E, até essa quinta (10), 33 pessoas tinham sido ouvidas pela Polícia Civil.