(Lucas Prates / Hoje em Dia)
Os pais de crianças que tiveram as aulas adiadas em Belo Horizonte manifestaram mais uma vez contra a medida. Neste sábado (5), o grupo se reuniu às 10h em frente ao prédio em que mora o prefeito Alexandre Kalil (PSD), na rua Marília de Dirceu, no bairro Lourdes, na região Centro-Sul da capital.
Esta é a segunda manifestação contra a decisão que adiou o retorno presencial de crianças de 5 a 11 anos em uma semana (de 7 para 14 de fevereiro). Segundo a PBH, a medida foi tomada para que se dê tempo para que todo o público dessa faixa etária seja convocado para tomar a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
No último sábado (29), o movimento ocorreu em frente à prefeitura da cidade, no Centro.
A advogada Mariana Andrade, de 39 anos, é mãe de uma criança de 6 anos e faz parte da organização do movimento. Ela conta que a iniciativa começou com um grupo de pais indignados com a medida e que, agora, possuem o apoio de associações, vereadores e deputados. “A gente está lutando contra essa incoerência das escolas estarem fechadas quando todos os outros lugares da cidade estão abertos”, afirmou.
(Lucas Prates / Hoje em Dia)
Com camisas com os dizeres “escolas abertas já”, a praça Marília de Dirceu ficou cheia de crianças e adultos que, com a ajuda de um carro de som, protestaram contra o fechamento. Os cartazes, alguns escritos pelo próprios jovens, questionam o Executivo municipal quanto à manutenção do público nos estádios de futebol, clubes, shoppings, transporte público e festas.
A estudante Isadora Cecília de Oliveira Costa, de 10 anos, está no 5º ano do Ensino Fundamental, diz não entender o motivo das escolas ainda estarem fechadas. Para ela, o prefeito da capital não tem pensado no futuro das crianças. “Em vez do Kalil defender os nossos direitos, ele está tirando o nosso direito de ir para a escola. Isso é um absurdo, eu só quero ir para a escola. Ele não está pensando no nosso futuro, ele não está pensando no convívio social, ele tem que pensar mais na gente, e não só em ganhar votos. Ele tem que ser um pouco mais racional”, afirmou a garota.
Participação de todos
Segundo a advogada Mariana Andrade, no grupo há pais de crianças que estão no ensino público. Ela afirma que essas são as crianças mais prejudicadas, já que durante os últimos dois anos, não tiveram acesso às aulas online. “O meu filho faz aula online, não é legal, mas faz aula. E as crianças da pública que não têm nada, elas estão mais prejudicadas ainda, o buraco entre elas está ficando maior ainda”.
(*) Com Lucas Prates
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