Tombado desde 1975

Palácio da Liberdade será restaurado ao custo de R$ 10 milhões, última reforma foi em 2006

Da Redação
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Publicado em 06/07/2023 às 15:57.

Ministério Público, Governo de Minas e entidades parceiras firmam Protocolo de Intenções para restaurar o Palácio da Liberdade (André Brant)

Tombado desde 1975 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e sem reformas há 17 anos, o Palácio da Liberdade será restaurado. O valor das intervenções será de mais de R$ 10 milhões e foi anunciado nesta quinta-feira (6), durante assinatura do protocolo de intenções entre Ministério Público de Minas (MPMG), o governo estadual e entidades parceiras.

O documento garante a destinação de cerca da verba em medidas compensatórias cobradas pelo MPMG para financiar as obras. O projeto tem como objetivo a conservação do bem tombado desde 1975, tendo em vista a sua importância histórica, artística, arquitetônica e social para os mineiros.

Serão realizadas diversas ações de restauração, como projeto de iluminação cênica para destacar as fachadas externas e jardins, além de nova iluminação da área da piscina. Será realizada a revitalização das partes externas e internas com limpeza das superfícies das fachadas em pedra. Outra novidade é a mudança de posição da tenda de eventos, que será transferida para a “quadra dos governadores”.

No local onde está atualmente, será instalado espaço para orquestra, ampliando as possibilidades de apresentações artísticas nos jardins. Como forma de manter as características e possibilitar o uso do bem cultural, está prevista a recomposição  artística de forros, molduras e piso em tacaria do Quarto do Governador e do Quarto da Rainha. A lista de ações de restauro inclui, ainda, a recuperação da cozinha e instalação de novos armários; complementação e adequação dos acessos e percursos de visitação; restauro de corrimões e rodapés, entre outras. A última obra realizada no local foi concluída em 2006, para solucionar problemas com infiltrações que prejudicavam o prédio e seu acervo artístico. 

Atualmente, o Palácio da Liberdade integra o Circuito Liberdade. Está de portas abertas ao público para visitação, além de receber eventos. De 2022 até agora, recebeu 123.769 visitas - 102.910 apenas em 2023. 

Aberto durante as obras

O local continuará de portas abertas durante as obras e a própria restauração poderá ser acompanhada pelo público, por meio de visita ao "Ateliê de Restauração Aberto do Palácio da Liberdade". O espaço, parte de projeto de educação para o patrimônio, tem como objetivo garantir que todos possam conhecer os processos de recuperação dos bens públicos, especialmente da importância do Palácio da Liberdade.

As obras serão acompanhadas pelo Iepha-MG com um comitê de avaliação e acompanhamento. O grupo será formado por representantes do Governo do Estado, MPMG, município de Belo Horizonte e o Instituto Biapó, responsável pelas obras. O comitê poderá, ainda, convidar representantes de outras instituições, sejam elas públicas ou privadas.

História 

Inaugurado em 1898, o Palácio da Liberdade foi construído para sediar o Governo do Estado de Minas Gerais. A edificação está inserida em um espaço icônico da cidade, integrado ao conjunto de prédios construídos para abrigar as secretarias do governo, após a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte. 

O empreendimento reflete a influência francesa na arquitetura do período. Os materiais utilizados na sua construção foram importados da Europa: armações de ferro das escadarias vindas da Bélgica; telhas de Marselha, madeiras de pinho-de-riga da Letônia; mármore de Carrara. 

A pintura e a decoração do edifício são do artista Frederico Antônio Steckel. Os jardins são do arquiteto paisagista Paul Villon, enquanto os canteiros, divididos longitudinalmente por uma alameda flanqueada por palmeiras imperiais, foram projetados por Reynaldo Dierberger.

Por sua importância histórica, artística e arquitetônica, a edificação foi tombada pelo Iepha-MG em 1975, por meio do Decreto n. 16.956. O tombamento contemplou fachadas exteriores, áreas internas, elementos decorativos, jardins com fonte, esculturas, orquidário, quiosque e demais bens de valor cultural.

Durante a assinatura, o secretário Leônidas Oliveira relembrou o simbolismo do Palácio contando que "ele está no segundo ponto, mais alto da linha do contorno. O primeiro é a praça do Cruzeiro de onde a Igreja teria a sua catedral, a catedral Cristo Rei. Por isso que se chama praça do Cruzeiro. Ainda temos as bases dessa catedral lá que não foi construída. O segundo lugar mais alto da linha da Contorno, simbolicamente, é o poder do estado. E o terceiro é a prefeitura, que está mais próxima do povo. Esse é o  simbolismo que existe nessa capital planejada, a primeira cidade feita no país por um projeto e um risco de um arquiteto engenheiro”.

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