Obra Avaliada em R$ 9 milhões

Palácio da Liberdade será restaurado e parte do custo é originário do pagamento de indenizações

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
06/03/2023 às 21:26.
Atualizado em 06/03/2023 às 21:29

O Palácio da Liberdade, patrimônio tombado de Minas Gerais que fica na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de BH, passará por obras de revitalização nos próximos meses. O imóvel centenário foi avaliado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas (Iepha), que identificou a necessidade de restauração de urgência, principalmente no telhado, devido às chuvas dos últimos anos e aos danos sofridos pelo tempo.

O custo das obras previsto no projeto é de R$ 9,8 milhões e a execução dos trabalhos deve durar mais de um ano. A última intervenção no local foi concluída há 17 anos, em 2006.

O anúncio da restauração foi feito nesta segunda-feira (6) e é resultado de uma parceria firmada entre a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

No encontro, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, ressaltou que o Palácio da Liberdade vem passando por um processo de degradação grande e que se agravou no período de chuvas. Segundo ele, as precipitações trouxeram avarias significativas no telhado e causaram infiltrações, que deterioram o patrimônio, e podem se tornar irreversíveis.

Parte da restauração do espaço – que incluiu paredes, pinturas, iluminação e mobiliários –, ou R$ 6 milhões, será paga com recursos de indenizações obtidas em ações civis e acordos judiciais. O MPMG deverá transferir os recursos para a Fundação Clóvis Salgado, que será responsável pela condução do processo. Assim que os recursos estiverem disponíveis será iniciado o processo licitatório para a reforma.

De acordo com o procurador-geral do Estado, Jarbas Soares Júnior, o dinheiro não é diretamente do MPMG, mas sim de recursos recuperados da sociedade destinados à reparação de bens lesados do patrimônio cultural.

“Esses recursos são exatamente para restaurações culturais e do patrimônio brasileiro e mineiro. Talvez o Palácio da Liberdade seja o mais representativo dos patrimônios culturais do nosso estado. Portanto, os recursos serão atendidos e liberados o mais rápido possível para que essa restauração comece muito em breve”, informou o procurador.

Leônidas Oliveira afirmou que as obras de restauro devem durar, no mínimo, um ano, exceto a dos telhados, que necessita de mais urgência. “A restauração, naturalmente, tem um tempo de duração maior, pois é preciso realizar um diagnóstico, avaliação das pinturas, além de um outro detalhe muito importante: a restauração da mobília, que ainda não foi feita".

(Amadeu Barbosa)

(Amadeu Barbosa)

Conjunto Arquitetônico
Inaugurado em 1898, e sede do Governo de Minas até 2010, o prédio histórico do Palácio da Liberdade faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade, que compreende jardins, alamedas, lagos, hermas, fontes e monumentos, bem como os prédios das Secretarias de Estado da Fazenda, de Obras Públicas (antiga Sec. da Agricultura), da Educação (antiga Secretaria do Interior), de Segurança Pública e Interior e Justiça, incluindo as fachadas e seus interiores, decorações, escadarias, pinturas e vitrais. 

As fachadas e áreas internas e elementos decorativos do palácio foram tombados pelo Estado em 1975.

O imóvel é administrado pela Secult desde 2022 e foi projetado pelo arquiteto José de Magalhães. O prédio conta com uma arquitetura eclética, que mescla elementos do classicismo romântico francês na fachada e neobarrocos e renascentistas italianos. 

Na área externa do palácio encontram-se os jardins, projetados originalmente por Paul Villon, seguindo o estilo inglês, e que passaram por reformulações ao longo do tempo, quando foram incluídos elementos decorativos como esculturas e fontes.

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