Para sair do vermelho, UFMG precisa de R$ 22,8 milhões

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
29/08/2015 às 07:53.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:33

(Flávio Tavares)

Com dificuldades para pagar fornecedores, inclusive com as contas de água e luz atrasadas, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) encerrou nesta sexta-feira (28) a primeira semana de aulas do segundo semestre com um déficit de R$ 22,8 milhões. Dez obras no campus foram suspensas. “Alguns serviços estão comprometidos”, admitiu o reitor Jaime Ramirez.   O gestor confirmou cortes no orçamento da universidade, que chegam a R$ 50,7 milhões. Ele garantiu, no entanto, que as medidas preservam as bolsas financiadas pela instituição e o custeio das unidades acadêmicas. Porém, impactam nas pesquisas desenvolvidas pela federal, com menos recursos e pessoas envolvidos. Em investimento, a redução na verba foi de 50%, além de 10% no custeio de serviços de manutenção, limpeza e portaria.   Entre as obras suspensas por falta de recursos estão o Centro de Atividades Acadêmicas do Instituto de Ciências Exatas (Icex), a ampliação das moradias universitárias, os anexos das faculdades de Educação e de Música, além das reformas dos prédios das faculdades de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), de Letras (Fale) e da Escola de Belas Artes. O reitor afirmou que as obras podem ser retomadas em 2016, mas ficarão mais caras.   Diante das adversidades, o reitor disse que informou à União que precisa de R$ 22,8 milhões para encerrar o ano, e que espera ser atendido.   “Para isso, a economia foi feita e o custeio das unidades acadêmicas foi preservado. O principal compromisso foi manter em dia o pagamento de todas as bolsas de alunos e os salários do pessoal terceirizado”, reforçou.   Semestre   Ramirez também anunciou que o segundo semestre letivo na UFMG termina em 23 de dezembro para a maioria dos cursos. Porém, os alunos de odontologia serão prejudicados, porque as aulas práticas foram interrompidas em função da greve dos servidores administrativos, que completou 90 dias.   A paralisação dos funcionários, frisou o reitor, está prejudicando a prestação de serviços essenciais aos alunos, como laboratórios, bibliotecas e colegiados de curso, que estão fechados. “Mesmo assim não haverá cortes na assistência estudantil aos alunos de baixa renda e todos os projetos e bolsas das pró-reitorias de Graduação e de Extensão estão assegurados”, garantiu.   Retomada das aulas práticas deve ser decidida na segunda   Os alunos do curso de odontologia devem ter na segunda-feira um novo calendário para a retomada das aulas práticas, interrompidas por causa da greve dos servidores, informou o reitor Jaime Ramirez.   Ele disse ainda que as aulas que precisam da presença de funcionários administrativos estão sendo ministradas por professores e monitores.   Os contratos de docentes substitutos foram prorrogados e a contratação de concursados está prevista. Na pós-graduação, Ramirez explicou que houve corte no custeio dos cursos de mestrado e doutorado, mas as bolsas e os intercâmbios previstos serão mantidos neste ano.   Fundo   Um fundo emergencial de R$ 2 milhões foi criado para atender pedidos da pós-graduação até dezembro deste ano, além de um fundo de reserva na graduação também nesse montante. “Os recursos vão permitir que a universidade não entre em dificuldade”.   Sobre o Hospital das Clínicas, o reitor explicou que não houve corte no orçamento. A verba de manutenção e custeio da unidade foi mantida e mais servidores serão contratados por concurso público.   Os pagamentos em atraso serão feitos por ordem cronológica. “Estamos negociando com o governo do Estado as contas de água e luz”. O reitor, porém, não informou quantos meses em atraso e nem o montante das dívidas com fornecedores. “É considerável”, observou.   Dos 1.318 funcionários terceirizados na instituição, 527 foram demitidos este mês

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