A direção do Grupo Oncomed vai enviar à Prefeitura de Belo Horizonte e à Câmara Municipal parecer técnico confirmando que a reativação do Hospital Hilton Rocha não causará prejuízos ambientais à Serra do Curral.

Emitido pela Fundação Biodiversitas, o documento também aponta que a ampliação do hospital, localizado em uma zona de proteção ambiental (ZPAM), no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de BH, vai favorecer a preservação da fauna e flora, “desde que a área seja recuperada com espécies nativas da vegetação original”.

A Biodiversitas analisou o conjunto paisagístico da Serra do Curral e o entorno, levando em conta as características ambientais e o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A análise foi dividida em duas partes: do atual prédio do hospital e da ampliação pleiteada pela Oncomed, proprietária do imóvel.

O objetivo da expansão é contribuir para a redução do déficit de aproximadamente 3 mil leitos hospitalares em BH. “Vamos levar o parecer ao conhecimento do Legislativo e Executivo municipais”, afirma Amândio Fernandes, diretor da Oncomed.

Menor impacto

Segundo a Biodiversitas, a atividade do Hilton Rocha é a menos impactante na Serra do Curral. “A área de ampliação será pequena, possibilitando a criação de 230 leitos sem afetar o meio ambiente”, afirma o diretor presidente da fundação, Ângelo Machado.

O parecer destaca que “a demolição do hospital para reintegração da área à serra só é válida se for incluída a demolição e/ou desativação das torres, antenas, edificações e áreas de mineração implantadas dentro dos limites do tombamento”.

Vitórias

Na Câmara de BH, a proposta de reduzir o déficit de leitos hospitalares obteve duas vitórias.

O vereador Veré da Farmácia (PTdoB), que estava indeciso, anunciou ser favorável ao projeto de lei (PL) 239, do Executivo, que altera a Lei de Uso e Ocupação do Solo, permitindo a ampliação dos hospitais da capital.

Com isso, chega a 28 o número de parlamentares que apoiam o projeto (veja arte), suficiente para que ele seja aprovado. A matéria seria apreciada na quinta-feira passada pela Comissão de Legislação e Justiça, mas a reunião foi cancelada por falta de quó-rum.

Ainda na última semana, o vereador Jorge Santos (PRB) apresentou o PL 288, com teor semelhante ao do 239. Segundo a assessoria do parlamentar, a diferença é que o 288 só flexibiliza o uso do solo onde já há hospitais, inclusive em ZPAM.