O Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto, na região Central do Estado, poderá ser fechado. De acordo com a Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), o parque, distante 70 km de Diamantina, acumulou uma grande quantidade de lixo, gerado por turistas, e não há como retirá-lo.
A Amda informou que, atualmente, o parque tem quatro carros: um Fiat Uno, um fusca, uma van e uma caminhonete 4 x 4, todos com muito tempo de uso. “No entanto, após o uso intenso dos veículos no combate a incêndios, a van e a caminhonete pararam de funcionar, e segundo o gerente do Parque, não há previsão de conserto”, disse, em nota, a Amda. O parque está localizado a 19 km da sede do município e o lixo é levado pelos funcionários.
Em ofício encaminhado, na sexta-feira (24), ao diretor geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Bertholdino Teixeira Júnior, e ao secretário de meio ambiente, Alceu José Torres Marques, a Amda solicitou resolução do impasse ou fechamento do parque à visitação.
"Será vergonhoso manter o parque aberto com lixo acumulado. A situação reflete o descaso do governo com as áreas legalmente protegidas do Estado. Os veículos prometidos pelo secretário na reunião plenária do Copam de 10 de julho passado, até hoje não foram entregues", afirmou a superintendente da Amda, Dalce Ricas, em nota.
Amda afirmou que, em resposta ao ofício, a diretoria de Áreas Protegidas do IEF enviou solicitação para o escritório regional de Floresta e Biodiversidade Alto Jequitinhonha do IEF, pedindo providenciadas para a retirada urgente de lixo depositado no Parque Rio Preto. “Procurado pela Amda, ele disse já disponibilizou caminhão baú para resolver temporariamente o problema, até que a falta de veículos do Parque seja resolvida”, disse a Amda.
A reportagem do Hoje em Dia tentou contato com o IEF, mas devido ao horário, não obteve sucesso.
O parque
Conforme informações do site do IEF, o Parque Estadual do Rio Preto, criado em junho de 1994, foi o primeiro a receber o marco de referência da Estrada Real, que vai de Parati (RJ) até Diamantina.
O parque tem área toral de 12,185 hectares e está inserido no complexo da Serra do Espinhaço. O local possui um relevo acidentado repleto de rochas de quartzo que formam belíssimos painéis e abriga diversas nascentes, dentre as quais se destaca a do rio Preto, um dos mais importantes afluentes do Araçuaí, por sua vez afluente do rio Jequitinhonha.
Em 2002, a unidade foi aberta à visitação.