Parques ambientais não saem do papel na RMBH

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
Publicado em 23/12/2012 às 07:54.Atualizado em 21/11/2021 às 19:57.
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)
(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

O gado bebendo água na lagoa do Monumento Natural Vargem da Pedra, em Mocambeiro, distrito de Matozinhos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é o sinal de que a transformação do terreno de 10,1 hectares em área de proteção ambiental não surtiu o efeito desejado.

“O sítio arqueológico está sendo pisoteado pelos bois, comprometendo o crescimento da vegetação. Há espécies da flora na Vargem da Pedra que são endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar”, ressalta o ambientalista Procópio de Castro, mobilizador do Projeto Manuelzão, da UFMG.

A preocupação do especialista se deve à demora do Instituto Estadual de Florestas (IEF) em concluir o Sistema de Áreas Protegidas (SAP) do Vetor Norte da RMBH. O SAP prevê a criação de 18 unidades de preservação ambiental (veja arte) em Matozinhos e mais cinco municípios: Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Lagoa Santa, Prudente de Morais e Santa Luzia, totalizando 11 mil hectares.

PATRIMÔNIO NATURAL

Todos fazem parte da região cárstica, patrimônio arqueológico, espeleoló-gico e paleontológico de Minas, de rara beleza natural. A criação do SAP Vetor Norte é uma das medidas do Plano de Governança Ambiental e Urbanística da RMBH, estipulado pelo decreto estadual 44.500 de 2007.

O plano foi elaborado como medida compensatória para os impactos ambientais gerados por grandes empreendimentos, como a Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, a Linha Verde (na MG-010) e a ampliação do Aeroporto Internacional de Confins.

“O prazo para a criação e gerência de todas as unidades era o final de 2009”, afirma a advogada Aline Cardoso, assessora jurídica da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda).

SEM CONTROLE

Mas, três anos depois, apenas sete áreas saíram do papel. Mesmo assim, o IEF ainda engatinha na administração das unidades que já foram criadas.

“Como ainda não houve a desapropriação dos donos da Vargem da Pedra, não temos condições de controlar a entrada de pessoas e do gado no monumento natural”, admite Ronaldo Costa Pereira, funcionário do IEF que zela pela área protegida.

A lagoa é cortada ao meio por uma cerca de arame farpado, que descaracteriza o sítio arqueológico de Mocambeiro.

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