TRANSPORTE PÚBLICO

Passageiros reclamam de demora e lotação nos ônibus em BH nesta terça; sindicato nega alterações

Lucas Sanches
Publicado em 15/03/2022 às 14:13.Atualizado em 15/03/2022 às 14:52.
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)
(Valéria Marques/Hoje em Dia)

O reajuste nos combustíveis anunciado pela Petrobras na quinta-feira (10) já pesou no bolso dos motoristas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). No caso do transporte público, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra BH) afirmou que devem ocorrer alterações na circulação até a noite desta terça-feira (15). No entanto, na opinião de quem precisa dos veículos, diariamente, o impacto já é percebido. Usuário relatam que o tempo de espera pelos coletivos mais que dobrou.

A supervisora de atendimento Aline Martins, de 28 anos, pega a linha Move 61, da Estação Venda Nova até o Centro. A espera, que não passava de 15 minutos, mas passou de 30 hoje.

"Todas as filas estão sempre lotadas, não importa a linha. No meu caso, quando chego ao Centro, a sensação é que estamos em uma lata de sardinha, com ainda mais gente querendo entrar", lamenta.

Quem também reclama é João Victor Lopes, de 26 anos. Ele mora no bairro Aparecida, região Noroeste de BH, e trabalha em um supermercado no bairro Santa Efigênia, na regional Leste. Quando enão consegue chegar a tempo, a única solução é fazer hora extra para compensar o atraso.

"Normalmente, o trajeto dura meia hora, talvez menos. Mas de um tempo para cá, estou gastando praticamente o dobro do tempo dentro do ônibus, e quando vejo, já estou atrasado. Tem dias que prefiro pegar mais de uma linha, só porque um carro passou primeiro e não quero demorar muito no caminho", explica.

Outra alternativa que ganhou popularidade foi o transporte por aplicativo, que agora também enfrenta dificuldade pelo alto preço pago nos postos de combustível.

A cuidadora de idosos Neusa de Souza, de 60 anos, conta que prefere dividir a corrida com alguns conhecidos do que esperar cada vez mais para pegar o ônibus.

"Trabalho em vários lugares da cidade, durante o dia todo, e sempre me pego esperando mais que o normal no ponto. Além de demorado, muitas vezes é perigoso, então juntamos um grupo e dividimos o carro de aplicativo em alguns dias. Fica mais barato e muito mais confortável.

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com o Setra, e questionou sobre possíveis alterações. Em nota, o sindicato afirmou que o quadro de horários não sofreu mudanças, e os coletivos circulam normalmente.

Na tarde desta terça-feira (15), os representantes se reúnem com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) para discutir medidas para não prejudicar o transporte coletivo da capital em meio ao reajuste.

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