A partir da próxima terça-feira (4), os passageiros de Belo Horizonte terão que pagar mais para andar de ônibus e táxi-lotação na capital mineira. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (31) no Diário Oficial do Município (DOM). O reajuste autorizado pelo Executivo foi de aproximadamente 10%. O aumento ocorre dois dias após o prefeito Marcio Lacerda garantir que não havia definição sobre a questão.
Os valores das tarifas dos ônibus e das linhas integradas ao metrô subirão de R$ 3,10 para R$ 3,40. Os circulares saltarão de R$ 2,20 para R$ 2,45. Os transportes das linhas curtas e longas custarão R$ 5,15 e R$ 6,40, respectivamente. Já pela corrida do táxi-lotação, o passageiro terá que pagar R$ 3,75, valor que antes era R$ 3,40. As tarifas dos suplementares irão variar de R$ 2,45 a R$ 3,40, dependendo da linha.
Esse foi o segundo reajuste das tarifas em menos de um ano. No dia 29 de dezembro de 2014, após muita polêmica, a prefeitura autorizou aumento de 8,49%, percentual acima da inflação, que foi de 6,9%.
Para justificar o aumento, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) alegou que foram considerados os resultados do trabalho de verificação do equilíbrio econômico-financeiro apresentado pelas concessionárias e avaliado pelo Executivo "... que indicou a necessidade de revisão contratual com coeficiente de reequilíbrio de 1,1027, a vigorar a partir de agosto de 2015 e aplicado sobre as tarifas vigentes em julho de 2015".
A BHTrans informou, por meio da assessoria, que dará coletiva de imprensa à tarde para detalhar o reajuste. O promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, ainda não se posicionou sobre o aumento aplicado ao transporte público de BH.
O Movimento Tarifa Zero programou encontro para o próximo domingo (2), às 16h30, na Praça Afonso Arinos, para definir como e quando irá protestar contra o reajuste.
Reajuste insuficiente
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) informou, por meio de nota, que o reajuste é insuficiente para cobrir os custos dos coletivos. "O índice de reajuste tarifário do sistema de transporte coletivo urbano por ônibus de Belo Horizonte, acumulado desde novembro de 2008, aproxima-se do índice de inflação acumulada no período, mas não cobre as variações nos preços dos insumos que mantêm operacional o sistema de transporte da capital mineira e apenas se aproxima dos demais índices oficiais de reajustamento de preços no País".
Além disso, conforme o sindicato, "O reajuste tarifário também não chega a fazer frente ao aumento dos pneus (51,30%), dos salários dos motoristas (65,39%) e das despesas administrativas (62,57%), componentes dos insumos que mantêm o sistema operacional e que registraram reajuste médio de 54,60%, 6,78 pontos percentuais superiores ao reajuste acumulado das tarifas desde a assinatura dos contratos vigentes", prosseguiu o comunicado.
Justiça
O pedido de liminar da Defensoria Pública de Minas Gerais para proibir qualquer tipo de aumento das passagens de ônibus em BH foi negado pela Justiça na última sexta-feira (24). Na ocasião, o juiz da 4ª Vara de Feitos da Fazendo Municipal alegou que havia indícios de que haveria aumento no valor das passagens e que a própria BHTrans alegou que não pretendia autorizar o reajuste.
Estudos
Nos últimos dias, três estudos foram divulgadas no site oficial da BHTrans se referindo ao aumento da passagem. O último texto incorpora os dados históricos realizados entre maio de 2013 a fevereiro de 2015, em especial no que se refere à implantação do Move.
Nos últimos dias, três estudos foram divulgadas no site oficial da BHTrans se referindo ao aumento da passagem. O último texto incorpora os dados históricos realizados entre maio de 2013 a fevereiro de 2015, em especial no que se refere à implantação do Move.
A partir daí, a atual tarifa de R$ 3,10 necessitaria de reajuste de 9,94%, ou seja, a tarifa passaria a ser de R$ 3,40. Nesta terceira revisão, o aumento das passagens de ônibus na capital seria menor se comparado aos outros estudos que tinham apontado aumentos de 11,88% (na segunda versão) e 12,83% (na primeira).
Atualizada às 11h15