(Amadeu Barbosa/Hoje em Dia)
A Prefeitura de Belo Horizonte corre contra o tempo para que o complexo arquitetônico da Pampulha, concebido pelo recém-falecido arquiteto Oscar Niemeyer, seja elevado a Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
O projeto inicial que apontou o complexo da Pampulha foi iniciado em 1996 pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional em Minas Gerais (Iphan), quando foram apresentadas as candidaturas de 32 cidades mineiras. Da lista, Diamantina foi reconhecida em 1999, enquanto a pretensão de Belo Horizonte ficou esquecida.
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, oficializa, às 10 horas do próximo sábado (15), no Museu de Arte da Pampulha, uma comissão de notáveis para tocar o projeto. A comissão será presidida pelo superintendente regional do Iphan, Leonardo Barreto de Oliveira, e representantes do poder público e da sociedade civil.
Para o secretário Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira, que assumirá a secretaria executiva da comissão, o principal, desafio será a recuperação dos imóveis. Segundo ele, uma parceria da Prefeitura com a iniciativa privada já assegurou os recursos que serão gastos no complexo. O processo de restauração do legado de Niemeyer já foi iniciado.
Ambiente
Oliveira informou ainda que, embora a questão ambiental da Pampulha – a degradação e poluição da lagoa têm provocado mau cheiro e péssima impressão aos visitantes e belo-horizontinos – não seja levada em consideração, só o complexo arquitetônico, a questão também deverá ser resolvida. Para isso, segundo Oliveira, há um crédito de R$ 150 milhões para obras de despoluição e retirada de areia e aguapés da lagoa. “O processo já se iniciou no Iphan. Agora é só preparar os documentos, aguardar a comissão dos técnicos e torcer”, disse Oliveira.
Segundo ele, dificilmente o processo estará finalizado em 2014, ano da Copa do Mundo. “A nossa expectativa é a de que, em meados de 2015, o complexo arquitetônico da Pampulha seja eleito como Patrimônio Mundial da Humanidade”, observou.