Periferia é completamente esquecida e abandonada em Betim

Ernesto Braga - Do Hoje em Dia
03/02/2013 às 07:28.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:39

(Frederico Haikal)

  Há dois anos, o soldador Jéferson Ferreira, de 29 anos, se mudou de São Paulo para Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele foi atraído por uma oferta de trabalho com melhor salário. Morador do bairro Cruzeiro do Sul, na periferia, Jéferson é skatista desde criança. Quando quer se divertir, tem que ir ao Centro da cidade.   Embora Betim seja uma das cidades da Grande BH com maior renda per capita (R$ 556, segundo o Censo 2010), devido à concentração de grandes empresas privadas e públicas, faltam opções de lazer para os moradores. A única pista de skate, com várias rampas para manobras radicais, fica na Praça Ruth da Silva, no Centro.   A praça, próximo ao ginásio poliesportivo Divino Braga, está muito bem cuidada. “No Cruzeiro do Sul não tem nada. Estamos sofrendo com as ruas inundadas em dias de chuva forte, porque as bocas de lobo vivem entupidas. O jeito é vir para o Centro”, afirma o soldador.    O estudante Francisco Silveira, de 14, que mora no bairro Brasileia e também é skatista, confirma: “É visível que o Centro é a parte de Betim mais bem cuidada”.    Mas não é apenas a falta de opções de lazer que incomoda os moradores. A dona de casa Rosângela da Silva, de 35 anos, mora no Parque das Indústrias. Segundo ela, as inundações também são frequentes no bairro, devido ao transbordamento do córrego que passa na avenida Marco Túlio Izaac. “Precisamos de um posto de saúde e de mais limpeza urbana”, disse. O mato toma conta da via, uma das mais importantes de Betim, que também está cheia de buracos.


Buracos são constantes na avenida Marco Túlio Izaac, no Parque das Indústrias (Foto: Frederico Haikal)   Caos na saúde   A saúde é um dos setores que mais recebe queixas de moradores de Betim. No Hospital Regional Professor Osvaldo Franco, as internações foram suspensas devido à contaminação pela superbactéria KPC. O secretário Municipal de Saúde, Mauro Reis, admitiu na semana passada que a situação do local é caótica.   No bairro Citrolândia, faltam médicos (clínicos) no posto de saúde há cinco meses. “O atendimento é muito precário. Estão mandando a gente procurar a UAI (Unidade de Atendimento Imediato) 7 (de Setembro, no bairro Vila Recreio), que fica muito longe”, lamenta uma antiga moradora do Citrolândia, que pediu para não ser identificada.

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