Pesquisas contra doenças terão aporte federal de R$ 72 milhões

Malú Damázio
Publicado em 29/07/2019 às 20:50.Atualizado em 05/09/2021 às 19:45.
 (MAURICIO VIEIRA – 03-08-2018)
(MAURICIO VIEIRA – 03-08-2018)

Pesquisadores brasileiros terão acesso a R$ 72 milhões do Ministério da Saúde para desenvolver estudos capazes de sanar problemas que afetam principalmente a população mais pobre do país. Até o fim do ano, haverá o aporte de R$ 22 milhões para projetos científicos sobre alimentação e nutrição, enfermidades raras e pessoas com deficiência. 

A informação foi dada ontem pelo assessor técnico em doenças transmissíveis do Departamento de Ciência e Tecnologia da pasta, Diogo Chalegre, que participou de um evento em BH. No domingo, o ministro da Saúde já havia anunciado R$ 50 milhões para a prevenção e combate a doenças transmissíveis.

Ontem, durante o congresso Medtrop-Parasito 2019, dedicado à medicina tropical e à parasitologia, na UFMG, o representante da pasta federal conversou com pesquisadores sobre as chamadas públicas.

Os primeiros estudos serão selecionados em agosto, e tratarão de malária e enfermidades transmissíveis negligenciadas, como leishmaniose, zika e hanseníase. As datas de submissão de projetos de pesquisa sobre tuberculose, doenças raras, saúde da pessoa com deficiência, alimentação e nutrição ainda serão divulgadas, segundo Chalegre. Ao todo, ele espera que uma centena de trabalhos possam ser financiados.

A escolha dos temas foi feita a partir da agenda de prioridades de pesquisa do Ministério da Saúde, criada em 2018. O último recurso para trabalhos nessa área foi lançado em 2014, conforme o assessor. 

Coordenadora técnica do Centro de Pesquisas Clínicas, do Hospital das Clínicas da UFMG, Flávia Ribeiro vê com bons olhos a chegada de novos recursos. 

Além dos R$ 50 milhões anunciados pelo Ministério da Saúde para doenças transmissíveis no domingo, haverá o aporte de mais R$ 22 milhões para pesquisas sobre alimentação e nutrição, enfermidades raras e pessoas com deficiência 

Infectologista, ela liderou os estudos sobre a vacina contra a zika na unidade de saúde. A médica destaca que o financiamento de pesquisas para essas doenças não é alvo de grandes corporações internacionais.

“São doenças que afetam pessoas menos privilegiadas com baixo nível sociocultural e que não são foco de investimento. Não há retorno financeiro como na oncologia, por exemplo, em que as pessoas com câncer compram medicamentos caros. É um grande passo olharmos para quem foi esquecido”, afirma Flávia Ribeiro.

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