Mandados contra suspeitos de invadir o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) – responsável pelos pagamentos do governo federal – são cumpridos nesta quarta-feira (21) pela Polícia Federal. As ações de busca e apreensão e prisão ocorrem em Minas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.
Conforme a PF, a operação Gold Digger visa desarticular organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas. A investigação foi iniciada após a identificação de desvios de recursos públicos por meio de pagamentos indevidos.
Foi revelado um esquema de alta complexidade que incluía a realização de acessos indevidos ao Siafi mediante a utilização de credenciais falsas. Até o momento, foram identificados furtos no montante de aproximadamente R$ 15 milhões, havendo ainda a detecção de tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões.
A apuração da PF mostra que a organização criminosa utilizava técnicas avançadas de invasão cibernética, incluindo campanhas de phishing, por meio do envio de mensagens do tipo SMS com links maliciosos que captavam os dados dos destinatários, e emissão fraudulenta de certificados digitais, para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos.
Além disso, para poder receber os valores desviados, o bando também se utilizava de contas de intermediários - "laranjas” -, que eram posteriormente ocultados através de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos.
Os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Gold Digger, faz alusão ao termo em inglês que literalmente significa "escavador de ouro" ou "minerador". Além disso, o termo possui um sentido pejorativo, utilizado para descrever pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras.
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