(Samuel Costa)
Cerca de 60 agentes da Polícia Federal (PF) colocaram mordaças para denunciar que estão sofrendo retaliação do Governo Federal. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Minas Gerais (Sinpef), Renato Deslandes, o motivo seria a realização das operações de combate à corrupção realizadas pelo órgão. Além das mordaças, o grupo, que se reuniu na noite desta segunda-feira (20), na Praça da Assembleia, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte, usou velas para simbolizar esperança. O protesto continua na terça-feira (21) em todo o Brasil, quando os agentes irão usar mordaças nos principais terminais áereos, incluindo o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Ainda na terça-feira, os representantes dos policiais se reúnem com o Ministério do Planejamento, em Brasília, para mais uma rodada de negociações com o governo. A categoria, em greve há 14 dias, reivindica reestruturação das carreiras de agentes, escrivães e papiloscopistas. Segundo o Sinpef, Belo Horizonte conta com um contingente de 250 servidores federais e 500 no Estado, quando o número ideal seria de pelo menos quatro vezes mais. Deslandes informou que atualmente apenas quatro plantonistas trabalham no Aeroporto de Confins. "Nosso movimento não se restringe ao aumento salarial, mas à valorização da carreira". Falta de segurança aeroportuária "Hoje foi o último dia que tentamos diálogo com o Governo. A partir de amanhã (terça) iremos distribuir um relatório com nossas reais condições de trabalho. Esse documento vai colocar em xeque a segurança do Brasil para receber a Olimpíada e a Copa do Mundo", informou o presidente do Sinpef. O relatório, segundo Deslandes, mostra que o país não toma as medidas protetivas necessárias para evitar o terrorismo. Vários tratados que constam no Plano de Segurança de Aviação Civil não estão sendo cumpridos por causa do sucateamento do PF. "O Brasil será desmoralizado perante ao mundo", alertou. O documento mostra, por exemplo, que em 2010 mais de 11 mil ataques terroristas ocorreram em 70 países. No Brasil, a maior preocupação é com a tríplice fronteira - Brasil-Argentina-Paraguai. Na região só existem quatro plantonista, conforme o Sinpef.