Com a chegada das férias escolares e do inverno, estação com maior intensidade de ventos, soltar pipas se torna uma atividade mais popular entre crianças e adolescentes. Por isso, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) alerta a população para os riscos à segurança, caso a brincadeira seja realizada de forma irresponsável. De janeiro a maio deste ano, foram registradas 1.528 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia elétrica devido a prática, que prejudicaram cerca de 450 mil consumidores. Só na Gande BH, ocorreram 774 desligamentos por este motivo nos primeiros seis meses do ano.
O uso do cerol é um dos principais causadores dos desligamentos. Eles podem romper os cabos de energia, além de provocar muitos curtos circuitos pela tentativa de retirada de papagaios presos aos cabos. “As pipas devem ser empinadas em locais abertos e afastados da rede elétrica. Jamais use fios metálicos ou cerol e, caso a pipa fique presa, não tente retirá-la”, afirma o gerente de Segurança, Saúde e Bem-Estar da Cemig, João José Magalhães.
João José Magalhães alerta ainda sobre a linha chilena, tipo de cabo cortante feito em escala industrial. “Esse tipo de linha é muito mais cortante que o cerol comum, e infelizmente é possível adquirir este material de origem estrangeira pelo mercado paralelo e até pela internet”, explica.
Acidentes graves
Além dos prejuízos causados pela falta de energia, a Cemig chama atenção também sobre os riscos à segurança que a soltura de pipas pode trazer quando praticada próxima à rede elétrica. Nos últimos dois anos, foram registrados um acidente com vítima fatal e outros três com ferimentos graves no Estado.
De acordo com a companhia, a maioria dos acidentes acontece quando o papagaio fica preso na rede elétrica e crianças tentam retirá-lo utilizando materiais condutores, como pedaços de madeira ou barras metálicas. O uso do cerol nesses casos também pode agir como condutor. Amarrar arames e fios nas pipas também podem ser um problema. O contato com a rede elétrica pode ser fatal, além do risco de queda em função do impacto causado pelo choque elétrico. Nesses casos, as consequências mais comuns são traumatismos devido às quedas e queimaduras graves por causa dos choques.