PM não descarta usar a força caso vias de Belo Horizonte sejam interditadas durante manifestações

Aline Louise - Hoje em Dia
Publicado em 14/08/2015 às 06:57.Atualizado em 17/11/2021 às 01:20.
Com a previsão de mais uma manifestação nesta sexta-feira (14) na capital mineira, a Polícia Militar (PM) garante que, se necessário, irá agir com rigor caso ruas da cidade sejam fechadas durante atos do tipo. De acordo com o tenente-coronel Gianfranco Caiafa, que comandou a ação policial na manifestação contra o reajuste da tarifa de ônibus na última quarta-feira, na Praça 7, a ordem continua sendo impedir que qualquer protesto obstrua totalmente as vias, mesmo que, para isso, seja necessário empregar a força.
 
“Tentaremos negociar, caso haja fechamento de via. A sociedade tem que definir o que quer, estou atendendo a um clamor público e trabalhando dentro da lei”, afirma o policial.
 
Na manifestação de quarta-feira, 60 pessoas foram presas e houve feridos. A Ouvidoria do Estado abriu procedimento, já encaminhado para a Corregedoria da PM, para apurar possíveis excessos por parte dos militares. A investigação vai usar vídeos e fotos, já em análise pela Ouvidoria.
 
Mesmo de férias, o ouvidor Paulo Alkmim começou a trabalhar no caso e encaminhou pedido de providências também para a Promotoria de Direitos Humanos. “Dadas as circunstâncias, vamos trabalhar de forma mais célere para identificar se toda a ação se deu dentro da legalidade”.
 
Gianfranco disse não temer qualquer apuração. “Agi dentro da legalidade e tenho como provar, tenho tudo gravado. O uso de força é traumático mesmo, não tem como ser carinhoso, mas estou cumprindo a determinação do governador”.
 
Arma não letal
 
A regulamentação sobre o uso de armas não letais pela PM deverá ser discutida pelo governo estadual. A informação é do secretário de Estado de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Social, Nilmário Miranda. “Nos últimos anos tem havido uso expressivo de balas de borracha, spray de pimenta e bomba de efeito moral, precisamos regulamentar isso para evitar lesões”, afirmou o titular da pasta.
 
De acordo com Nilmário, o governador Fernando Pimentel defende que as manifestações não interrompam o trânsito, mas a polícia deve “se adaptar às situações e agir “com moderação”.
 
Segundo a defensora pública Junia Roman Carvalho, o órgão assume a defesa de todas as pessoas presas no protesto de quarta-feira, no Juizado Especial Criminal. Ela disse ainda esperar que a PM haja de forma mais “respeitosa” com os manifestantes, nesta sexta-feira (14).
 
Integrante do Movimento Tarifa Zero, Juliana Galvão classificou a ação da polícia de “truculenta”. “Não sabemos se, com essa atitude da polícia, o número de manifestantes vai crescer ou reduzir”, comentou.
 
A polícia não disse se irá reforçar efetivo para o ato desta sexta-feira (14), às 17h, contra o aumento da passagem
Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por